O Linkin Park deu início à aguardada turnê “From Zero” em grande estilo, com um show histórico no Allianz Parque, em São Paulo, nesta sexta-feira, 15 de novembro. Marcando o lançamento do novo álbum, também intitulado “From Zero”, a apresentação reuniu 46 mil fãs em uma noite que misturou nostalgia, renovação e muita energia. A escolha do Brasil para o início dessa nova fase não foi à toa: a relação entre a banda e o público brasileiro sempre foi especial, e a calorosa recepção reafirmou esse laço.
O show abriu com uma explosão de entusiasmo, com o público cantando todas as músicas, até mesmo as recém-lançadas. Mike Shinoda, sempre carismático, parecia genuinamente emocionado ao interagir com a plateia, que não decepcionou em sua habitual intensidade. Em “What I’ve Done”, ele caiu na risada ao perceber que fãs brasileiros haviam levado brinquedos de “Transformers” para o show, um aceno divertido à ligação da música com a franquia cinematográfica.
Essa apresentação trouxe uma importante nova formação para o Linkin Park. A vocalista Emily Armstrong e o baterista Colin Brittain deram nova vida ao grupo, cuja última visita ao Brasil foi em 2017, ainda com Chester Bennington. A saudade do vocalista, que faleceu tragicamente dois meses após aquele show, pairava no ar, mas de forma reverente. Quando “Lost” faixa gravada durante a era “Meteora” e lançada recentemente no álbum comemorativo de 20 anos, o momento foi arrebatador. Era impossível não se emocionar com a letra que parecia dialogar diretamente com sua ausência. Foi um lembrete de que, mesmo com a renovação, o legado de Chester está vivo e intocavel.
A noite também teve seus momentos descontraídos. Um sutiã foi jogado no palco para Emily Armstrong, que, sem hesitar, pegou o item e brincou ao entregá-lo para Joe Hahn, arrancando risos da plateia. Emily, aliás, mostrou que sua presença é um acerto certeiro para a banda: sua potência vocal, energia e química com os demais integrantes provaram que o Linkin Park não está apenas olhando para trás, mas construindo novos caminhos.
As projeções visuais no palco foram um show à parte. Quem assistiu presencialmente ou pela transmissão ao vivo um raro gesto da banda, que disponibilizou o show para o mundo com sinal aberto pôde testemunhar um espetáculo audiovisual impecável. É o tipo de experiência que transcende o simples ato de assistir a um show: as luzes, imagens e efeitos foram cuidadosamente pensados para amplificar a imersão. Esse capricho reforça o compromisso do Linkin Park em entregar algo memorável, seja para os fãs presentes, seja para aqueles conectados de longe.
Entre os pontos altos da noite, “Faint” incendiou a plateia no bloco final, enquanto Mike Shinoda surpreendeu ao trazer “Remember The Name”, de seu projeto solo Fort Minor, ao setlist. A vibração atingiu seu auge com “In The End”, uma das músicas mais icônicas deste século. Seria difícil encontrar no estádio alguém que não estivesse cantando a plenos pulmões um momento que comprovou por que o Linkin Park é tão querido.
Encerrando a noite com emoção e grandiosidade, o show não foi apenas um marco para o Linkin Park, mas para a música ao vivo como um todo. A turnê “From Zero” é mais do que uma celebração do passado: é uma declaração de coragem, criatividade e respeito ao legado. O Brasil, mais uma vez, mostrou ao mundo sua força como público. E, para os fãs, a promessa de um filme da banda em 2025 é mais um motivo para esperar ansiosamente pelos próximos capítulos dessa história.