2025 mal passou da metade, mas já nos entregou álbuns que gritam, sussurram, dançam, abraçam e até batem de frente com o mercado. A equipe do Caderno Pop reuniu os lançamentos mais potentes da música nacional nesse primeiro semestre, e a gente aproveita essa curadoria como ponto de partida pra abrir ainda mais a escuta. Porque disco bom não se limita a um gênero, uma estética ou a um hit no TikTok. Disco bom te atravessa. E ponto.
A seguir, a seleção dos 10 discos nacionais que mais importaram até agora em 2025. Da MPB reinventada ao rap que explode sem pedir licença, do pop repaginado ao som que vem da quebrada e fala direto, com gíria, com poesia e com presença. Lista boa é aquela que dá vontade de ouvir tudo de novo. E essa dá.
Caderno Pop lista 10 shows imperdíveis no segundo semestre de 2025

Marina Sena, “Coisas Naturais”
No seu terceiro disco, Marina Sena sai do hype e entra de vez na história da nova MPB. “Coisas Naturais” é um mergulho de corpo inteiro num universo onde estética, som e identidade caminham lado a lado. A produção é limpa, elegante, envolvente, mas o que realmente impressiona é a forma como Marina entrega sua voz com mais maturidade, sem perder o frescor. Os singles “Numa Ilha” e “Ouro de Tolo” são só a porta de entrada. O disco é muito mais que isso. É Marina no auge da sua construção artística, sem medo de ser pop, mas com sede de dizer algo maior.
Irmãs de Pau, “Gambiarra Chic, Pt. 2”
Elas não voltaram, porque nunca saíram. Com “Gambiarra Chic, Pt. 2”, as Irmãs de Pau botam pra quebrar com a mesma ousadia de sempre, mas agora com ainda mais precisão no recado. A capa já provoca, com seu clima de aeroporto e inspeção, mas é nas faixas que a coisa pega de verdade: beats agressivos, colaborações certeiras e letras afiadas. Tudo soa como um manifesto. Corpos dissidentes ocupando espaço com potência estética e política.
BK, “Diamantes, Lágrimas e Rostos para Esquecer”
BK segue em outra frequência. Neste disco, ele abandona qualquer zona de conforto e mergulha fundo em questões existenciais, sociais e emocionais. O flow está mais maduro, o texto mais denso, a sonoridade mais ambiciosa. É rap, mas é também crônica, poesia e ferida aberta. Um disco que exige escuta atenta, porque tudo aqui tem peso, intenção e urgência.
Rachel Reis, “Divina Casca”
Rachel cresceu. Se em “Meu Esquema” ela já mostrava para onde queria ir, em “Divina Casca” ela chega com tudo. A produção é elegante, o repertório é coeso e a voz segue linda, mas com mais potência emocional. É um disco que sabe ser delicado sem ser frágil. Rachel vira definitivamente uma das vozes mais autênticas da nova MPB.
Ebony, “KM2”
“KM2” é uma obra de identidade. Ebony decide contar sua história a partir da geografia afetiva da Baixada Fluminense, mas sem cair em lugar-comum. Aqui, tudo é pensado: a produção, a letra, o título. É um disco cru, direto, sem filtro, sem performance forçada. É visceral, porque é real. Ebony mostra que não precisa pedir espaço quando já chegou tomando conta de tudo.
Negra Li, “O Silêncio Que Grita”
Negra Li comemora 30 anos de carreira com um dos discos mais poderosos da sua trajetória. “O Silêncio Que Grita” não só reafirma sua importância como artista, como também propõe novas formas de dizer e sentir. É rap, é ancestralidade, é MPB, é gospel, é tudo junto. E tudo soa coerente. Negra Li mostra que maturidade artística não significa suavizar o discurso, mas saber exatamente quando, como e por que gritar.
Mu540 e Kyan, “Dois Quebrada Inteligente”
Os caras vêm da quebrada e não escondem isso. Ao contrário: fazem disso a base de tudo. Com “Dois Quebrada Inteligente”, Kyan e Mu540 expandem a linguagem do rap de rua sem perder o cheiro do asfalto. A produção é pesada, a mixagem é pensada pro som que sai da caixa de som da praça, e o discurso é reto. É disco que bate, mas também pensa. E isso é raro.
Djonga, “Quanto Mais Eu Como, Mais Fome Eu Sinto”
Djonga não para. E cada novo álbum parece mais afiado que o anterior. Aqui, ele mistura jazz, drill, corais, MPB e, claro, muito rap. Mas o maior trunfo de “Quanto Mais Eu Como…” é como tudo isso se conecta com uma fome que não é mais só social ou política, mas uma fome de se reinventar, de romper limites, de incomodar mesmo. E ele consegue.
Lagum, “As Cores, as Curvas e as Dores do Mundo”
Lagum virou adulto. De verdade. Em “As Cores, as Curvas e as Dores do Mundo”, a banda abandona de vez o som juvenil e aposta numa estética mais densa, mais madura, mais elaborada. É o melhor disco do grupo até agora, sem dúvidas. A produção de Paul Ralphes dá profundidade às faixas e o resultado é um trabalho coeso, bonito e cheio de alma.
Rubel, “Beleza. Mas agora a gente faz o que com isso?”
Rubel fez o contrário de tudo. Depois de dois discos cheios de participações, texturas e ambição, ele optou pelo silêncio, pela contenção, pela escuta. “Beleza. Mas agora a gente faz o que com isso?” é quase um disco sussurrado. É voz e violão, mas com propósito. Não é regresso, é escolha. Um álbum minimalista que diz muito mais do que parece à primeira audição.
Candy Mel, “5 Estrelas”
Estreia solo com nome de manifesto pop. Em “5 Estrelas”, Candy Mel reivindica o próprio lugar no cenário musical sem perder conexão com sua origem. O disco é pop sim, mas também é político, dançante e cheio de personalidade. Tem festa, tem dor, tem ancestralidade, tem futuro. É álbum de estreia, mas já soa como legado.
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