“Maxxxine”: fim da triologia “X” é uma genuína homenagem ao slasher

Maxxxine | A24

Maxxxine | A24

Nesta aguardada sequência de “X – A Marca da Morte” (2022) e “Pearl” (2022), Mia Goth reprisa seu papel como Maxine. Como a única sobrevivente de uma filmagem pornô que deu errado há alguns anos, ela decide seguir sua jornada rumo à fama. Ambientada na Los Angeles de 1985, Maxine tem uma oportunidade de brilhar e a agarra com todas as suas forças. Porém, enquanto isso, um misterioso assassino, conhecido como Night Stalker, persegue as estrelas de Hollywood, deixando um rastro de sangue que ameaça revelar o passado sinistro de Maxine. O filme chega aos cinemas brasileiros no dia 11 de julho. Para verificar a disponibilidade de sessões, clique aqui.

Maxxxine (2024) | Foto: Reprodução/A24

Maxxxine, o mais recente filme de Ti West, não só confirma a maestria do diretor no gênero horror, mas também solidifica a trilogia X como uma das séries mais notáveis e inovadoras do cinema do horror. Situado na vibrante e decadente Los Angeles dos anos 1980, o filme é uma carta de amor ao cinema de horror dessa era, combinando elementos de noir, giallo e o frenesi estético do VHS. Mia Goth entrega uma performance extraordinária, elevando sua personagem, Maxine Minx, a um ícone moderno do gênero.

A trama de Maxxxine é intrincada e violenta, mergulhando o espectador em um mundo onde glamour e violência coexistem de forma inextricável. Em 1985, Los Angeles é aterrorizada por um serial killer, mas Maxine está focada em sua própria ascensão ao estrelato em Hollywood. Sobrevivente do “Massacre da Estrela Pornô do Texas“, ela busca se reinventar e conquistar seu lugar ao sol. A narrativa é rica em camadas e subtextos, explorando temas como resiliência, ambição e os demônios do passado que perseguem a protagonista. Cada interação e decisão de da protagonista é carregada de tensão e significado, criando um arco dramático profundamente satisfatório.

Visualmente, Maxxxine é um banquete para os olhos. West recria a Los Angeles dos anos 1980 com uma autenticidade que vai além da simples nostalgia. A cidade é um personagem por si só, vibrante e perigosa, com suas ruas sujas e luzes de neon refletindo a dualidade entre o sonho de Hollywood e a dura realidade. A influência do giallo italiano é evidente nas escolhas estéticas e no uso de cores e sombras, enquanto a sensação de paranoia dos “Video Nasties” permeia o filme. A cinematografia de Eliot Rockett é impecável, capturando a beleza sombria da cidade e criando uma atmosfera opressiva que mantém o público à beira do assento.

Mia Goth é o coração pulsante de Maxxxine. Sua interpretação de Maxine Minx é intensa e multifacetada, mostrando uma personagem que é ao mesmo tempo vulnerável e implacável. Goth mergulha profundamente na psique da personagem, explorando suas ambições, medos e a força que a impulsiona. Ela não é apenas uma sobrevivente é uma predadora que enfrenta seus traumas e se recusa a ser derrotada. A evolução de Maxine ao longo do filme é fascinante, e Goth entrega uma performance que é ao mesmo tempo poderosa e violentamente ressonante, tornando-se uma figura inesquecível no panteão das “final girls” do cinema de horror.

O elenco de apoio também é excepcional, com Kevin Bacon, Elizabeth Debicki e Giancarlo Esposito entregando performances memoráveis. Bacon, como o detetive John Labat, traz uma mistura de carisma e ameaça, enquanto Debicki, como a diretora Elizabeth Bender, oferece uma presença autoritária e complexa. Esposito, como o agente de Maxine, proporciona uma ancoragem emocional, atuando como mentor e figura paterna. Cada personagem é desenvolvido com cuidado e contribui de maneira significativa para a narrativa, enriquecendo o mundo de Maxxxine e adicionando profundidade à história.

Maxxxine é o filme de terror do momento! West constrói uma narrativa que é ao mesmo tempo visceral e intelectual, oferecendo sustos genuínos e reflexões profundas (sim, por mais que não pareça). A violência gráfica e os momentos de terror são habilmente equilibrados com momentos de introspecção, criando um filme que é tão divertido quanto provocativo. As sequências de ação são brutais e bem coreografadas, enquanto as cenas mais quietas permitem uma exploração mais profunda dos personagens e seus dilemas.

Por fim, um conselho, cuidado com a suas bo*** (risos), vocês vão entender.

MAXXXINE – Ti West (2024):  ☆☆☆☆☆

Sair da versão mobile