Ninawa Pai da Mata (se pronuncia “Ninauá”) é um importante líder espiritual Huni Kuin e seu trabalho como músico é reconhecido mundialmente. Descendente de uma linhagem de pajés, ele segue o caminho das tradições espirituais desde que nasceu, tendo aprofundado seus estudos e trabalhos após a demarcação definitiva de território de seu povo na Terra Indígena Humaitá. Suas músicas misturam a tradição com composições autorais, embaladas por seu inconfundível violão. Em seu segundo trabalho, Benimashū Shushawei, traz suas versões de alguns cantos tradicionais e uma composição autoral, com a companhia de dois de seus filhos como músicos, marcando seu empenho em fazer a juventude se manter conectada às tradições de seu povo.
“Benimashū Shushawei” quer dizer “alegria que cura” em Hatxa Kuî, a língua tradicional do povo Huni Kuin, e esse é o desejo do artista com esse lançamento: que a alegria de suas músicas possa trazer cura para todas as pessoas que as escutarem. Isso explica o porquê das cinco faixas, sendo quatro em Hatxa Kuî e uma em português, carregarem força, autenticidade e uma felicidade contagiante.
Ninawa começou a tocar violão desde criança e foi um dos responsáveis por inserir instrumentos na musicalidade Huni Kuin. Como Pajé, conseguiu através da música, espalhar sua cultura pelo mundo e ainda fazer com que a juventude se reconectasse com a tradição. Tendo se tornado uma referência para os jovens Huni Kuin pelo seu trabalho como líder espiritual e músico, Ninawa Pai da Mata deu espaço para que dois de seus filhos fizessem parte desse momento: Yube e Shane, que tocam percussão e violão em todo o trabalho, além de um grupo de músicos de sua família, formado por Tuwe, Muru e Siriani, representando a força feminina, que fazem uma participação especial como coro de vozes em duas faixas.
Esse lançamento marca a estreia de Ninawa nas plataformas digitais. Além disso, neste trabalho, todos os direitos do artista e dos músicos Huni Kuin estão garantidos: todos foram registrados na União Brasileira de Compositores, o que garante o recebimento de direitos autorais pelas obras, um marco em sua carreira e no mercado de música indígena no Brasil, além de contar com o apoio da She Editora e da distribuidora Tratore, que garantem os direitos do trabalho em obras públicas e nas reproduções digitais.
A gravação ocorreu em São Paulo, no estúdio Toca do Tatu, do percussionista Guilherme Kastrup, com produção musical de Felipe El Kraidli.