A sensação de algo que quase foi, mas não deveria ter sido, é o ponto de partida de “Quase Você”, novo single de O Juh, que chega às plataformas nesta sexta-feira, 6 de junho. A faixa, que integra o universo conceitual do disco “Infinito” (previsto para o segundo semestre), transita entre o pop e o rock dos anos 2000 para dar forma a um retrato direto de um relacionamento que se rompe antes de ganhar contornos definitivos, mas permanece como memória insistente.
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Na composição, O Juh aborda relações que caminham por inércia, sem consciência dos próprios danos. A proposta da faixa é menos uma lamentação e mais uma constatação: o “quase” pode ser um alívio, ainda que seja revestido de ambiguidade. “Quis falar sobre a forma automática com que as pessoas têm vivido os relacionamentos. Às vezes, nem percebem que estão em algo tóxico”, comenta o artista. Essa perspectiva é refletida em uma letra que se ancora no desencanto, mas conduz o ouvinte com melodia acessível e refrão direto.
Musicalmente, a produção se apoia em camadas eletrônicas leves, guitarras discretas e uma estética que remete a nomes como Harry Styles e Jão, com foco em lirismo e ambientação emocional. O resultado é uma faixa que marca um amadurecimento na discografia de O Juh, tanto na linguagem quanto na estética visual que acompanha seu trabalho.
O videoclipe, que estreia às 18h do mesmo dia, reforça essa dualidade com uma narrativa simbólica dirigida por Raphael Alexandre, também responsável por “Decodifica”. Nele, o cantor interpreta um personagem que enfrenta fisicamente um boneco, representação visual de seus próprios sentimentos. A luta não é contra um outro, mas contra o reflexo distorcido de si mesmo. A leitura é direta: autossabotagem, projeção e o desgaste interno provocado por relações mal digeridas.
As locações do vídeo ajudam a articular esses conflitos internos. As cenas urbanas, filmadas em Atibaia, representam o cotidiano mecânico e a alienação emocional. Já os momentos em meio à natureza, gravados em Piracaia, funcionam como contraponto: um espaço possível de retorno à lucidez, à contemplação e à tentativa de reconexão com o que se é, além do que se sente.
“Quase Você” não é sobre perda. É sobre o limite entre o apego e o alívio, o ponto onde algo deixa de fazer sentido antes de se tornar permanente. E onde o fim é, na verdade, a única forma possível de preservação.
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