Com 17 anos de estrada, sete álbuns, três DVDs e uma legião de fãs, O Teatro Mágico pautou a carreira na interatividade e criação de um novo espetáculo a cada apresentação. Com a chegada da pandemia e as consequentes mudanças no mercado da música, o grupo se renova e ressignifica com a iniciativa “Experiência – O Teatro Mágico”. Quatro vezes na semana, Fernando Anitelli, transfigurado no personagem e com o violão em punhos, faz poesia, música, brincadeiras e, acima de tudo, abre diálogo com o público em uma espécie de “tour virtual” limitada à vinte câmeras abertas por evento. Com temporada até 12 de julho, o formato experimental traz o lúdico digital, interativo e nos remete a um sarau em tempos de isolamento social.
“A gente fez com que a distância não nos distancia-se, as pessoas estão lá na sala da minha casa eu tô na sala da casa delas, converso olhando para elas e elas conversam comigo. Essa é uma experiência inédita que nenhum outro artista está fazendo no momento”, reflete Anitelli. Com mais de 700 ingressos vendidos a R$ 50,00 por apresentação, a estratégia vai além do ato de movimentar o mercado e gerar caixa para a trupe. A ação ressignifica a relação d?O Teatro Mágico com seu fiel público, que desde o início constrói e conta junto essa história de diversas novas possibilidades.
Desde o início da pandemia, já foram realizadas mais de 25 apresentações que contaram com público de Osasco à Goiás, Rio de Janeiro à Manaus, Portugal à Estônia, Estados Unidos ao Japão. O repertório é construído baseado nas histórias que cada participante e/ou família ali presentes querem contar e como a trupe faz parte dessa narrativa. Em um espaço virtual seguro, pode-se dizer que ali é construído uma confiança e cada apresentação é única. “Nos relatos, é possível ver que a Experiência também é experimentar a experiência do outro. E, sem dúvida alguma, é uma possibilidade não somente de solução para nós, mas também para os artistas em geral”, comenta Fernando.
Com a bem sucedida iniciativa, Anitelli prevê continuidade no projeto, que cria novas perspectivas para o mercado: “Você tem outros aspectos e coisas que podem acontecer apenas online, como a vovó, criança, cachorro a mãe tudo na mesma sala. Durante a apresentação você mostra imagens, você canta, você mostra a tua poesia, vai de figurino, são coisas que ao vivo, seguramente no presencial, não daria para acontecer”, diz.
Os ingressos, vendidos a R$ 50 por câmera, podem ser encontrados no site http://oteatromagico.mus.br/participe/. “Experiência – O Teatro Mágico” acontece de quinta à domingo, até dia 12 de julho, com limitação de 20 ingressos por apresentação para permitir a interação e diálogo com todos nas 2h30 de evento virtual.
Criado em 2003 por Fernando Anitelli, O Teatro Mágico surge da ideia de levar pluralidade e catarse coletiva para o palco. União de música, teatro e circo, em formato de sarau, levou o grupo a se entender como palhaço – essa figura diversa, ora boa, ora temida, porém sempre bem vinda. Com composições, ritmos, timbres, figurinos, cores, movimentos, olhar poético, interativo e improvisado, a trupe se forma e conquista público fiel. Inicialmente com a proposta de um único álbum solo, se transforma em uma companhia artística que já soma sete álbuns, três DVDs, milhares de downloads e views no YouTube.
Com proposta sustentável e empreendedora, a banda busca dentro de si e de seu público o novo. Ao entenderem que precisam sempre renovar e recriar, pensam na relação com os fãs como fonte de novas ideias – não só para a trupe e sua carreira, mas para o mercado fonográfico no geral. Por isso, além das lives matinais diárias, de música, diálogo e reflexões de Fernando Anitelli, criaram o “Experiência” como negócio. “Entendemos que é inovador e possível em um momento de instabilidade econômica que todos vamos enfrentar – não temos mais os grandes shows. E o custo é baixo, não exige grandes tecnologias e feitos. Basta uma plataforma já existente e a conexão com o que temos de mais importante: o público”, explica Gustavo Anitelli, produtor executivo.
Atualmente, O Teatro Mágico é composto por 10 artistas: na bateria, Rafael dos Santos; no contrabaixo, Emerson Marciano; na guitarra e também produção musical, Daniel Santiago; também na guitarra e violão, Zeca Loureiro; no violino, Maria Fernanda; nos vocais Fernando Anitelli; na performance Nô Estopa, Andréa Barbour, as gêmeas Dias, Naiara Dias e Natália Dias; também faz parte da performance e contra regragem Mateus Bonassa, o palhaço Toicinho; produção executiva e composições de Gustavo Anitelli; e por fim, Seu Odácio, o pai de Fernando e Gustavo Anitelli, que é o responsável pela lojinha.