A ausência de Adele nos palcos brasileiros se tornou uma frustração coletiva. Mesmo sendo uma das artistas mais influentes e bem-sucedidas da música nos últimos 20 anos, com discos que marcaram gerações e uma base de fãs gigantesca no país, a britânica jamais anunciou uma turnê por aqui. E a resposta para essa ausência passa longe de ser simples.
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Adele nunca foi uma artista de estrada. Desde o início da carreira, demonstrou mais interesse pelo processo criativo em estúdio do que por longas temporadas de shows. No auge do sucesso de “21”, em 2011, precisou interromper compromissos ao vivo por conta de problemas nas cordas vocais, o que resultou em uma cirurgia delicada. Desde então, passou a encarar turnês com extremo cuidado, limitando aparições e escolhendo a dedo onde cantar.
A artista também sempre priorizou sua vida pessoal. Durante a divulgação do disco “25”, ela chegou a declarar que fazer turnês a deixava emocionalmente esgotada. Adele valoriza a estabilidade longe dos palcos, algo que impacta diretamente no número de apresentações que aceita fazer e nos destinos que inclui em suas agendas.
A estrutura de suas turnês também diz muito. Em vez de rodar o mundo em ritmo acelerado, Adele prefere residências fixas ou circuitos concentrados em grandes cidades. Foi assim com sua série de apresentações em Londres e, mais recentemente, com os shows em Las Vegas. Nessa configuração, o público é quem precisa se deslocar até ela.
Há ainda um fator estratégico. Adele é um caso raro de artista que movimenta números estratosféricos sem depender de aparições constantes. Seus discos se tornaram eventos, com alto impacto emocional e cultural. Mesmo em países onde nunca se apresentou, como o Brasil, a conexão com o público é intensa. Ela mobiliza, comove, vende, sem pisar por aqui.
Outro ponto está na forma como ela conduz sua carreira. Adele mantém controle criativo e estratégico sobre suas decisões. Evita grandes contratos com empresas globais de entretenimento, prefere trabalhar com equipes menores e alinhadas à sua visão artística. Isso a distancia de circuitos que exigem grande logística e presença em múltiplas regiões, como as turnês pela América Latina.
Apesar disso, a expectativa do público brasileiro segue viva. A resposta massiva aos shows recentes de nomes como Coldplay, Taylor Swift, Lady Gaga e Dua Lipa deixou claro que o país comporta produções de alto nível. O Brasil deixou de ser o destino opcional. É rota principal.
Adele nunca cantou em solo brasileiro. Mas sua ausência já virou assunto. E talvez, mais cedo ou mais tarde, ela perceba o quanto o silêncio aqui faz barulho.
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