Sabrina Carpenter retorna com seu sexto álbum de estúdio, “Short n’ Sweet“, lançado em 23 de agosto de 2024, pela Island Records. Acompanhada do renomado produtor Jack Antonoff, Sabrina entrega um trabalho que, ao mesmo tempo em que diverte, também serve como um espelho da indústria pop atual. Mas, se você está esperando uma grande revolução, talvez seja melhor ajustar as expectativas.
Depois do sucesso estrondoso de “Emails I Can’t Send“, que marcou sua estreia na Island Records, “Short n’ Sweet” mantém Sabrina na crista da onda, sem forçar a barra para evoluções ousadas. Os singles “Espresso” e “Please Please Please” já deram o tom do que esperar: hits cuidadosamente construídos para liderar as paradas e consolidar Sabrina como uma das maiores hitmakers do momento. E é exatamente aí que está a beleza – e o desafio – deste álbum.
Carpenter se encontra em um ponto delicado de sua carreira. A pressão para inovar e se superar é enorme, mas, como o próprio álbum sugere, nem sempre a música precisa ser sobre romper barreiras. “Short n’ Sweet” é uma celebração do conforto, da zona segura onde Sabrina parece ter encontrado seu equilíbrio. Isso não significa que o disco seja raso ou desinteressante; pelo contrário, ele reflete uma indústria pop que está cada vez mais orientada para o entretenimento imediato, sem grandes pretensões de profundidade.
O álbum apresenta faixas interligadas, que fluem tão bem que poderiam ser uma única faixa longa, criando uma experiência coesa. No entanto, há momentos de brilho individual, como “Coincidence“, uma faixa surpreendente que se destaca exatamente por parecer ligeiramente desconectada do resto. É como se Sabrina estivesse nos lembrando que, mesmo dentro de uma fórmula segura, ainda há espaço para a surpresa e a diversão.
Mas talvez o ponto alto do álbum seja “Dumb & Poetic”. Essa faixa é, sem dúvida, a mais bem trabalhada do disco, com uma composição que destaca a voz de Sabrina de forma impressionante. A música evoca os primeiros trabalhos da cantora, proporcionando uma ponte nostálgica entre o passado e o presente. É aqui que Sabrina mostra que, apesar de não estar rompendo com o pop tradicional, ela ainda é capaz de entregar algo de valor e profundidade.
Comparando com seu trabalho anterior, “Short n’ Sweet” pode não representar uma evolução, mas também não é um retrocesso. A indústria pop, especialmente a tradicional, não exige inovação constante de seus artistas – muitas vezes, é sobre manter-se relevante e conectado com o público. E Sabrina faz isso com maestria. Ela entende que, às vezes, a música é apenas uma forma de diversão, uma maneira de capturar e refletir o momento presente.
Esse álbum é um reflexo claro disso: não há grandes revoluções, mas sim uma artista que encontrou seu espaço e está confortável em explorá-lo. Sabrina Carpenter demorou para “acontecer“, mas agora que conquistou seu espaço, está aproveitando cada momento. E, claro, isso traz a inevitável atenção – tanto positiva quanto negativa. Mas Sabrina parece ter aprendido a lidar com isso, entregando um álbum que, embora não inovador, é fiel a si mesma e ao que seus fãs esperam.
“Short n’ Sweet” é um produto da indústria pop atual, que está cada vez mais voltada para o entretenimento rápido e o consumo imediato. Não é culpa de Sabrina que a profundidade esteja em baixa na música pop tradicional, mas não há como negar que ela é uma das protagonistas dessa nova fase do gênero. O álbum é contido em alguns aspectos, mas, ao mesmo tempo, não tem medo de se expor demais em outros, criando um contraste interessante.
Se comparado ao trabalho de outras artistas, como Billie Eilish ou Olivia Rodrigo, que têm se aventurado em territórios mais profundos e menos convencionais, “Short n’ Sweet” pode parecer um pouco superficial. Mas essa é a essência de Sabrina: uma artista que não está tentando revolucionar o pop, mas sim manter-se fiel à sua perspectiva e identidade. O álbum pode não mudar o mundo, mas cumpre seu propósito de ser um reflexo honesto da nova geração de divas pop. Sabrina Carpenter pode não estar inovando, mas ainda está crescendo – e, desta vez, decidiu fazer isso em seu próprio ritmo.
Nota Final: 75/100