Em 2024 retornaremos para o universo que marcou o cinema nacional, pois “Cidade de Deus: A Luta Não Para” estreia em 25 de agosto na Max e na HBO. Com produção da O2 Filmes, a série HBO Original se passa duas décadas após os eventos do filme homônimo que conquistou o mundo, trazendo de volta personagens emblemáticos e apresentando novas histórias que prometem conquistar tanto os fãs de longa data quanto novos espectadores.
A série, composta por seis episódios, retoma a narrativa a partir do trabalho de fotógrafo de Buscapé, agora adulto e estabelecido. Com a trama situada no início dos anos 2000, “Cidade de Deus: A Luta Não Para” utiliza flashbacks do filme original para reconstruir lembranças e explorar o desenvolvimento dos personagens ao longo dos anos. No elenco, reencontramos figuras icônicas como Alexandre Rodrigues, Thiago Martins, Roberta Rodrigues, Sabrina Rosa, Kiko Marques e Edson Oliveira, enquanto novos talentos, como Andréia Horta e Marcos Palmeira, também se juntam à história. Além disso, a série dá espaço a atores emergentes vindos de comunidades cariocas, como Cidade de Deus, Vidigal e Mangueira, ampliando ainda mais a autenticidade da produção.
Assim como no longa original, a comunidade de Cidade de Deus ainda enfrenta a realidade brutal das disputas entre traficantes, policiais e milicianos, mas desta vez, a série foca na resistência e na luta pela sobrevivência diária dos moradores. A produção se destaca por sua capacidade de transportar o espectador para dentro desse universo, equilibrando momentos de tensão com reflexões sobre a vida na comunidade.
Assistimos ao primeiro episódio e podemos dizer que ele não decepciona. A ligação direta com o filme é clara, tanto na continuidade da história quanto na qualidade técnica. O arco narrativo é bem construído, reabrindo o universo de “Cidade de Deus” de maneira introdutória, que certamente agradará aos fãs antigos e aos novos espectadores. Com uma produção de alto nível, o episódio inicial surpreende pela intensidade e pela capacidade de prender a atenção do público do início ao fim.
Durante a pré-estreia, conversamos com parte do elenco, que compartilhou suas perspectivas sobre a série e a conexão com o filme original. Luellem de Castro, que interpreta Leca, filha de Buscapé, falou sobre a continuidade da série em relação ao filme: “A gente vai sentir a saudade dos personagens mais jovens, mas há muitas diferenças. A série é a continuidade da história; é o que acontece depois. O filme mostrou aquele momento e impacto, e agora a série vem mostrando outras coisas, incluindo o papel das mulheres na comunidade.”
Ela também comentou sobre o processo de filmagem e como a produção conseguiu capturar a essência da comunidade, mesmo filmando em São Paulo: “Gravamos em São Paulo, mas a recriação da Cidade de Deus foi tão fiel que, para quem conhece pouco o local, parecia que estávamos realmente lá. É incrível como o audiovisual consegue criar essa sensação.” Luellem ainda destacou a importância de trazer as vozes da comunidade para a série, oferecendo maior realismo e representatividade: “Minha personagem, a Leca, é jovem e sonhadora. Ela está crescendo e tentando fazer da comunidade um lugar melhor. Ela quer viver e criar algo bom ali, apesar da violência.”
Edson Oliveira, que retorna como Barbantinho, também falou sobre o privilégio de reviver seu personagem e a importância dos flashbacks que conectam a série ao filme: “É uma honra estar vivendo esse personagem novamente e dar continuidade a essa história tão importante. É um presente para mim.” Ele explicou que, embora a série mantenha a conexão com o filme, ela aprofunda mais na vida dos personagens, mostrando um lado mais pessoal e cotidiano: “A série oferece um novo olhar, explorando mais a vida dos personagens. Esse é o grande diferencial em relação ao filme.”
Sobre seu personagem, Edson descreveu como Barbantinho evolui ao longo dos anos: “No filme, ele era um jovem sonhador da cultura local que tentava ganhar a vida com atividades questionáveis. Agora, com a saída do Buscapé, ele assume a responsabilidade de cuidar da comunidade.” Ele acrescentou que Barbantinho se torna um líder comunitário, promovendo cultura e se envolvendo na política para trazer mudanças reais para sua comunidade: “Ele faz uma transformação cultural na comunidade e também se envolve na política para trazer os serviços que o Estado não oferece.”
Os primeiros sinais indicam que “Cidade de Deus: A Luta Não Para” tem tudo para ser um sucesso. Com uma produção cuidadosamente executada e um enredo que promete tanto ação quanto emoção, a série já começa com o pé direito, deixando os espectadores ansiosos pelo que está por vir. E como bem disse Edson Oliveira, “vai superar completamente a expectativa do público.”
Confira entrevista:
