No final do último mês completou-se um ano da morte de Domingos Oliveira que, ao longo dos seus 82 anos de vida, deixou sua marca no cinema, no teatro e na poesia. Temas prosaicos como amor, sexo, amizade, velhice e juventude se elevavam nas páginas, telas e palcos em que o dramaturgo, poeta e filósofo compartilhava seu olhar repleto de humor, poesia, leveza e estilo inigualável.
A partir do dia 23 de abril, este universo é revisitado em ‘Todas as Mulheres do Mundo’, uma produção original Globoplay, produzida nos Estúdios Globo, que estará disponível na plataforma a partir desta data para assinantes. A série em 12 episódios é escrita por Jorge Furtado com Janaína Fischer, livremente inspirada na obra de Domingos Oliveira, com direção artística de Patricia Pedrosa.
‘Todas as Mulheres do Mundo’ traz a cada episódio uma nova história de amor vivida por Paulo (Emílio Dantas), um arquiteto morador de Copacabana que se apaixona à primeira vista por mulheres livres, inteligentes e autênticas. “O que liga essas mulheres é o fato de se relacionarem com o mesmo homem em algum momento de suas vidas e por coincidência o abandonarem”, afirma Patricia Pedrosa.
Nesta jornada da paixão, o público será apresentado primeiro à Maria Alice (Sophie Charlotte), uma bailarina que rompe o noivado após conhecer Paulo em uma festa e os dois vivem um intenso romance, até que ela decide morar na Alemanha. Depois à Adriana (Samya Pascotto),uma jovem livre, moderna e questionadora. No terceiro episódio é a vez de Elisa (Marina Provenzzano), moradora de Madureira, subúrbio carioca, ela conhece Paulo quando o pai de Adriana é hospitalizado. Na sequência, vem a história de Laura (Martha Nowill), uma produtora cultural que decide que quer ser mãe antes dos 40, mas logo percebe que não será fácil encontrar um pai para a criança.
No quinto episódio, Paulo se apaixona por Martinha (Verônica Debom). Já no sexto, será a vez de entender melhor a relação com uma das mulheres mais importantes de sua vida: a mãe Dionara (Lilia Cabral). No episódio seguinte, Paulo se envolve com Renata (Maria Ribeiro), uma arquiteta que trabalha no mesmo escritório que ele.
A série segue com as deliciosas histórias de Gilda (Mariana Sena), uma jovem cantora que sonha em ser famosa; Sara (Maeve Jinkings), que conhece Paulo em um bar onde recita poesias; Natália (Natasha Jascalevich), queconhece Paulo na sala de espera da terapeuta e Pink (Naruna Costa), uma atriz que ganha o papel para representar Maria Alice na peça escrita por Paulo.
“O Paulo tem uma grande paixão, mas ele acha que todas as outras mulheres também são apaixonantes. A ideia de que fosse um amor à primeira vista a cada episódio foi da Patricia (Pedrosa, diretora artística). Ela queria que, a cada capítulo, uma atriz fosse apresentada. Então, o Paulo vai se apaixonar à primeira vista e nós, expectadores, também vamos”, aponta o autor Jorge Furtado.
Também participam da séries atores como Matheus Nachtergaele, Fernanda Torres, Fábio Assunção, Felipe Camargo, entre outros, assim como atores que trabalharam ou conviveram com Domingos Oliveira, como a companheira Priscilla Rozenbaum; a filha de Domingos, Maria Mariana; e a ex-produtora cultural de Domingos, Renata Paschoal, que trabalhou com o diretor por 15 anos.
“Minha relação com Domingos vem desde os 18 anos. Ele me formou, me ensinou como viver. Quando chegou a Maria Alice eu não conseguia dizer se é uma personagem, se é uma homenagem”, se emociona Sophie Charlotte.
A atriz Fernanda Torres – que atribui a direção de Domingos Oliveira na peça ‘A Casa dos Budas Ditosos’ como a melhor parceria no teatro da sua carreira – também exalta o dramaturgo. “O Domingos é um intelectual profano, de cabaré, é um dos seres mais sensíveis que conheci. Ele é todo humano, o último romântico, um poeta. Muitas das frases do texto, muitas das passagens ouvi dele. Existe algo de épico, de imortal, de aventura humana em suas frases. Ele fala da beleza, do amor, dos sentimentos, tudo é grande e íntimo”, diz.
Outra veterana da série que teve sua carreira e vida marcada pelo dramaturgo é Maria Ribeiro. “Fiquei sete anos documentando o Domingos. Se eu tiver que listar cinco pessoas da minha vida e uma pessoa na minha vida profissional, sem dúvidas, ele é a mais importante”, conta.