A cantora Zoo lançou recentemente seu primeiro álbum, “Efeito Borboleta”, que traz várias referências pessoais e a uma de suas maiores paixões: os animais. Cada faixa é associada a um deles, da lagarta ao cisne, passando pelo coelho e pelo crocodilo.
Cada uma das faixas do disco ganhou um clipe, que se juntam num álbum visual, com direção de Zoo e Gabriel Caviness. Os vídeos serão lançados sequencialmente e, apesar de cada um ter linguagem e identidade própria, eles formam uma unidade encadeada — o início do clipe remete ao fim do anterior e assim sucessivamente, numa grande narrativa.
Aos 14 anos, quando já escrevia suas primeiras letras de música, Zoo ganhou um violão do pai. Pouco depois, começou a compor. De Florianópolis, onde nasceu, ela acompanhava o cenário de pop/rock internacional e o movimento de São Paulo. Depois, numa temporada em Salvador, pôde conhecer a cena independente local. Mas sua carreira musical teria início na China, para onde foi em 2014 para um trabalho como modelo. Lá, apareceu a chance de cantar num club.
De volta ao Brasil, começou a compor e a gravar coisas esparsas, com amigos. Lançou alguns singles, até que soube, por acaso, numa festa na qual encontrou os DJs da dupla Jetlag Music, que eles haviam tocado uma de suas músicas na edição carioca do festival de música eletrônica EDC, e que tinha sido um sucesso.
Pouco depois, iniciou-se a parceria entre Zoo e Jetlag, com ela fazendo participações em apresentações deles. Juntos, eles passaram por palcos como Rock In Rio, Lollapalooza, Maracanã e Villa Mix Goiânia, cantando para dezenas de milhares de pessoas.
Finda a parceria com o Jetlag, Zoo começa a pensar sua música num caminho mais voltado para o pop e o R&B, em vez da eletrônica. Em paralelo, investiu no caminho de influencer, com números de respeito: quase 5 milhões de seguidores no Instagram, mais de 1 milhão de inscritos no canal do Youtube e 4 milhões no TikTok. Na pandemia, porém, percebeu que queria se dedicar mais à música.
O Caderno Pop bateu um papo com a artista que contou mais sobre suas paixões, e claro, o álbum. Confira:
Você carrega no seu nome uma referência aos animais e trouxe nas músicas do seu disco isso. Você costuma fazer essas associações em coisas do seu dia a dia?
Sempre. Acho que é o melhor modo de ser verdadeira com o seu público né. Eu cresci no sítio dos meus avós em meio a muitos animais. E trazer isso pra dentro do seu trabalho mostra verdadeiramente que você é, suas referências reais, sua personalidade. Sempre sou verdadeira nos meus trabalhos e nesse álbum não poderia ser diferente. A Zoo que está nas músicas é a Zoo de verdade!
Aproveitando a pergunta, você tem algum animal de estimação? Qual seu animal preferido?
Eu tenho um gatinho lindo!!! Mas gosto muito da borboleta. Não à toa que tenho uma tatuada no meu rosto, né.
Um pouco antes você teve uma parceria com o Jetlag, que é de música eletrônica. Como foi esse caminho entre o pop e o eletrônico?
Eu amo os meninos do Jetlag e sou muito grata a tudo que eles me proporcionaram. Com esse trabalho eu cresci muito como artista, aprendi muito, amadureci como cantora. E hoje estou partindo para trilhar o meu próprio caminho. A minha escolha por esse por cheio de referências do R&B é justamente para trazer a verdade que falamos agora a pouco. Essa é a música que me toca, esse é o som que curto e me identifico. E é por esse som que quero que o público me reconheça.
“Efeito Borboleta” é um disco pop, mas também traz um pouco de batidas eletrônicas – bem suaves. Você gosta de transitar entre esses dois gêneros?
Sempre fui eclética, plural. Não gosto de me definir, sou mutante por natureza. Até no visual né. Mudo meu cabelo, meu visual, gosto dessa mutabilidade constante, dessa inquietude natural. E na minha música também é assim. Temos um pop que hora se mistura com beats, hora vem carregado de swing, hora vem com harmonias trabalhadas… e acho que isso será sempre natural no meu trabalho
Agora queria saber sobre os clipes… todas as faixas ganharão um vídeo. Dá pra antecipar pra gente o que cada um deles vai trazer?
A ideia surgiu no conceito de álbum audiovisual. Cada faixa é representada por um animal e terá seu clipe, e cada um terá sua história, seu conceito, mas estão todos ligados em sequência. Eles começam e terminam sempre ligados entre si. No final conseguiremos assistir todos os numa sequência única como um grande filme. Vamos ter clipes mais noturnos, sobre relacionamento toxico, outros mais solares, com coreografias…. como disse antes, o ecletismo vem forte nesse trabalho.