O Rock in Rio abre 2026 escrevendo um capítulo totalmente novo, daqueles que reorganizam expectativas e remodelam percepções sobre o próprio festival. Há décadas acostumado a antecipar tendências e incorporar movimentos culturais que transformam a indústria, o evento dá um passo histórico: o K-pop finalmente chega ao Palco Mundo. E chega em grande escala, com o Stray Kids assumindo o posto de headliner no dia 11 de setembro e marcando a primeira apresentação do gênero na Cidade do Rock.

A decisão acompanha uma ascensão global que se tornou impossível de ignorar. O K-pop ampliou suas fronteiras com velocidade rara, mobilizando uma base estimada entre 25 e 30 milhões de fãs só na América Latina. No Brasil, os números falam por si: o país emergiu como um dos mercados mais engajados do continente, impulsionando streams, lotando shows e protagonizando campanhas massivas que, ano após ano, pedem a presença do gênero no line-up do festival. As reproduções no Spotify cresceram mais de 300% desde 2018 e nove dos álbuns mais vendidos de 2024 pertencem a artistas do gênero. O Stray Kids aparece com dois desses títulos, reforçando a força comercial e cultural do grupo.
O anúncio reflete algo maior do que uma escolha de programação: é um aceno direto para uma comunidade que transformou fandom em força cultural. O STAY, como se autodenomina o público da banda, levou a pauta para pesquisas, enquetes e redes sociais por anos, defendendo com fervor que o K-pop já tinha tamanho suficiente para ocupar um espaço central no festival. Em 2026, o pedido vira realidade.
Zé Ricardo, vice-presidente artístico da Rock World, não esconde a dimensão desse momento. Para ele, a estreia do gênero simboliza a força de um movimento global que cruzou fronteiras, derrubou barreiras linguísticas e formou uma das maiores comunidades musicais do planeta. O executivo destaca o protagonismo do Brasil nesse cenário e reforça que receber o Stray Kids no festival amplia o diálogo com uma nova geração de fãs e mantém viva a vocação histórica do Rock in Rio: representar diversidade e acompanhar as transformações da cultura pop mundial.
A escolha não poderia ser mais representativa. Formado por Bang Chan, Lee Know, Changbin, Hyunjin, HAN, Felix, Seungmin e I.N, o Stray Kids se consolidou como um dos grupos mais influentes do K-pop. Desde 2018, o octeto construiu uma identidade marcada por criatividade, versatilidade e narrativa própria, sempre expandindo seu alcance para além da música. A inovação se traduz em resultados: são os primeiros artistas em 69 anos de Billboard a estrear sete álbuns consecutivos em primeiro lugar e figuram entre os dez primeiros colocados das principais categorias do relatório anual da IFPI, incluindo o ‘Global Artist Chart’.
A força de palco do grupo está documentada em números impressionantes. A Stray Kids World Tour “dominATE” percorreu 35 cidades com 56 shows e reuniu 175 mil pessoas no Brasil, consolidando o país como um porto emocional para o grupo. Os integrantes também ampliaram sua presença global com músicas que atravessaram as telas: “Come Play” entrou na trilha da segunda temporada de “Arcane” e “SLASH” no filme “Deadpool & Wolverine”. O disco “HOP” acumulou certificações inéditas e se tornou o álbum de K-pop com mais Ouros da história da RIAA.
O retorno do Rock in Rio também inaugura mudanças visuais. O Palco Mundo ganhará, pela primeira vez, uma fachada inteiramente revestida por painéis de LED, transformando-o em uma gigantesca superfície digital. É o tipo de atualização que altera a experiência do público e expande o potencial narrativo de cada apresentação. Com 2.400 m² de LED, a estrutura promete reconfigurar o espetáculo ao vivo, oferecendo um palco que literalmente se reinventa a cada show.
A organização do festival também reforça seu impacto para além da música. O evento movimentou R$ 2,9 bilhões na economia carioca em 2024, segundo a FGV, e lança em 2026 uma nova edição do projeto “Viva o Rio com o Rock in Rio”, ampliando vantagens em atrações turísticas, hospedagens e experiências espalhadas pela cidade. O calendário nacional favorece ainda mais o turismo, já que nove dos dez feriados cairão em dias úteis, inclusive o feriado de 7 de setembro, quando o festival estará em andamento.
Outro destaque é a parceria com a CRMBonus, que garantirá aos compradores de ingressos pelo menos 100% do valor investido de volta em bônus, aplicáveis em marcas parceiras e patrocinadoras. É uma estratégia que expande o festival para além dos portões da Cidade do Rock e amplia a jornada do público.
A edição de 2026 também celebra gigantes da música. Elton John é o primeiro headliner revelado e fará apresentação única no país após quase uma década longe dos palcos brasileiros. A presença do artista simboliza muito mais do que um show: representa a união entre legado, emoção e história viva da música. Gilberto Gil, memória essencial da primeira edição do festival, também volta ao Palco Mundo no mesmo dia e prepara um espetáculo que reafirma seu papel central na cultura brasileira.
Enquanto isso, o clássico espetáculo aéreo The Flight retorna com a Esquadrilha Céu para mais um show sobre o céu do Rio de Janeiro, trazendo acrobacias sincronizadas e efeitos visuais em um momento que se tornou ritualístico para o festival. A programação também reverencia a Bossa Nova, com homenagem conduzida por Wanda Sá, reforçando a amplitude estética que define o Rock in Rio.
Em meio a gigantes históricos, lendas vivas e homenagens atemporais, a estreia do Stray Kids como headliner inaugura um novo capítulo na história do festival. Um capítulo que nasce movido por comunidade, representatividade, inovação e pelo reconhecimento global de que o K-pop se tornou uma das forças mais poderosas da música.
Para os fãs, o próximo passo é simples: o Rock in Rio Card será vendido em 9 de dezembro, às 19h, no site da Ticketmaster Brasil. O festival acontece nos dias 4, 5, 6, 7 e 11, 12 e 13 de setembro de 2026. O futuro do Rock in Rio está desenhado, e ele fala muitas línguas. Em 2026, fala também coreano.
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