O samba é considerado um patrimônio brasileiro. Com raízes profundas na cultura afro-brasileira, desde então evoluiu e se diversificou em várias vertentes, cada uma com suas características próprias. Com o intuito de promover conexões entre os universos, personalidades e projetos pertencentes à história viva de um dos gêneros musicais mais representativos do país, o Festival Territórios do Sambar chega ao Centro Cultural São Paulo (CCSP).
A primeira edição do projeto será realizada nos dias 4 de maio, 15 de junho, 06 de julho e 03 e 31 de agosto. Por meio de uma rica e variada programação que inclui shows e rodas de conversas, o evento trará à reflexão acerca das raízes da cultura do samba, como o samba de roda, o samba enredo, o samba raiz, além das comunidades tradicionais deste ícone da cultura popular.
Com o coletivo Samba de Dandara como mestre de cerimônia, o Festival Territórios do Sambar vai homenagear e explorar as origens do samba, as principais vertentes do gênero e a expansão do samba como um símbolo da cultura do país. A cada encontro, o evento recebe uma personalidade destacada dentro da intelectualidade negra, que irá abordar um dos temas propostos, dentro do universo do samba.
Iniciando os trabalhos, no dia 04 de maio o Territórios do Sambar aborda a cadência e a formação do samba de roda, uma das mais antigas manifestações do samba, originária do Recôncavo Baiano. A jornalista, criadora da rádio online de samba BR Brasil Show e doutoranda em Ciência da Religião pela PUC (SP) é a palestrante convidada. Na ocasião, o Samba De Roda Nega Duda sobe ao palco e apresenta diversas cantigas de domínio público.
O Samba Enredo é o tema do segundo encontro do projeto, que acontece no dia 15 de junho. Vertente do samba que surgiu no carnaval do Rio de Janeiro, este estilo é uma forma de contar uma história por meio da música e da dança. Fabiana Cozza, cantora, escritora, pesquisadora e intérprete, reconhecida por um trabalho consistente com artistas negros da América Latina será a palestrante desta mesa. Para embalar o público, a cantora e intérprete dos sambas enredos do carnaval de São Paulo, Bernadete do Peruche apresenta sucessos do samba.
Registrado pelo Estado de São Paulo como patrimônio imaterial, o samba paulista é o assunto da terceira data do Festival Territórios do Sambar, dia 6 de julho. A sua importância é nata, em tudo o que as comunidades de samba de São Paulo produzem. Para falar deste tema tão amplo, o evento recebe o mestre e doutor em educação, com larga experiência na área, Antônio Filogênio Junior. Para fechar o dia com muita música, o grupo tradicional de samba de bumbo Treze de Maio de Samba do Cururuquara, de Santana do Parnaíba, traz o seu encanto para o festival.
No dia 03 de agosto, o samba de raiz é o foco da roda de conversa desta edição do festival. Reconhecido como a alma, a essência e a tradição do samba brasileiro, o samba de raiz traduz o cotidiano dos morros e periferias. Para falar do tema, a palestrante convidada Ednéia Gonçalves, socióloga com larga experiência na elaboração e avaliação de projetos sociais e educacionais, convida o público à uma reflexão sobre essa vertente do samba. Após a roda de conversa, Luana Bayô e Roberta Oliveira comandam uma roda de samba no espaço.
A última noite do festival, dia 31 de agosto, será dedicada às comunidades tradicionais do samba. No palco, o Samba da Vela e Pagode da 27, duas comunidades tradicionais do samba de São Paulo, são as estrelas da noite. Fundada no bairro de Santo Amaro por Paquera (José Alfredo Gonçalves de Miranda), Chapinha ( José Marilton da Cruz) e os irmãos, ambos integrantes da dupla Prettos, Maurílio de Oliveira e Magnu Sousá, a comunidade Samba da Vela proporciona espaço para que compositores de samba divulguem suas obras, fazendo dessa reunião um verdadeiro culto ao que há de mais genuíno na cultura brasileira.
Já o Projeto Comunidade Pagode da 27, criado por sambistas na conhecida Rua 27, localizada no Grajaú, transformou uma região considerada uma das mais violentas da Zona Sul de São Paulo em Patrimônio Cultural da cidade. Desde o início, o Pagode da 27 arrecada alimentos que são destinados às organizações da região, oferece oficinas de música para crianças e, recentemente, criou uma biblioteca comunitária.
Para Cida Gonçalves, da Casa do Batuque Produções, “O festival pretende promover conexões entre os universos e personalidades pertencentes a história viva do samba. O tema do projeto é de interesse público e, é uma transmissão de saberes de um importante legado da cultura negra.”
Este projeto é realizado, por meio da 7ª edição do Edital de Apoio à Música para a Cidade de São Paulo.
A programação completa está disponível no instagram @territoriosdosambar.
Festival Territórios do Sambar
Local: Centro Cultural São Paulo (CCSP)
Datas: 4 de maio, 15 de junho, 06 de julho e 03 e 31 de agosto.
Horário: 19h
Ingresso: gratuitos (retirada: 1h antes do espetáculo)
Acesso livre para todas as idades
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