No mundo da música pop, existe uma lenda peculiar que agita fóruns de fãs e acende debates acalorados: a “maldição do quarto álbum”. De acordo com essa teoria, o quarto disco de um artista consagrado tende a trazer turbulências, mesmo quando a qualidade musical não é o problema. A questão aqui não é sobre as faixas em si, mas sobre a resposta do público e, claro, os números nas paradas — ou a falta deles.
Será que a tal maldição do quarto álbum é real, ou estamos apenas encontrando padrões onde não há nada além de coincidência? Talvez o quarto disco seja simplesmente o momento em que os artistas resolvem fazer uma curva inesperada em sua carreira, e nem sempre o sucesso comercial segue junto nessa jornada de redescoberta. Afinal, no volátil mundo da música pop, inovar pode ser tanto uma dádiva quanto uma armadilha.
Vamos nos aprofundar nessa “maldição” com uma lista de artistas que, segundo muitos fãs, caíram nas suas garras. Coincidência? Destino? Ou apenas uma pegadinha da vida?
Christina Aguilera – “Bionic“
Christina Aguilera estava no topo do mundo após o sucesso massivo de “Back to Basics”. Mas então veio “Bionic“, um álbum futurista e cheio de colaborações ousadas que parecia ter saído de um filme de ficção científica. Infelizmente, o público não estava pronto para essa viagem no tempo, e as vendas refletiram isso. O álbum foi recebido com frieza e críticas divididas, marcando o início de um período complicado para Aguilera. Para muitos, “Bionic” é uma joia subestimada, mas na época, a “maldição” bateu forte.
Katy Perry – “Witness“
Depois de dominar o mundo com “Teenage Dream” e “Prism“, Katy Perry decidiu que era hora de seguir um caminho mais introspectivo e politizado com “Witness“. A mudança de imagem e som foi arriscada — e o público respondeu com um sonoro “meh”. O álbum não teve o desempenho esperado, e embora “Chained to the Rhythm” tenha se destacado, a magia dos trabalhos anteriores parecia ter se dissipado. Será que a maldição tinha finalmente encontrado Katy Perry?
Miley Cyrus – “Can’t Be Tamed“
“Can’t Be Tamed” foi o momento em que Miley Cyrus gritou para o mundo que não era mais uma estrela da Disney. Com uma nova persona ousada e adulta, Miley estava pronta para voar… ou assim parecia. O problema é que o público não estava tão pronto para essa transformação, e o álbum sofreu nas vendas. Muitos fãs veem esse trabalho como um momento de luta por reinvenção, mas parece que a maldição pegou Miley de jeito.
Beyoncé – “4”
Se tem uma artista que parece à prova de maldições, é Beyoncé. Ainda assim, o quarto álbum da Queen B, “4“, não teve o mesmo impacto esmagador de “I Am… Sasha Fierce.” Com uma pegada mais R&B e menos pop radiofônico, Beyoncé escolheu seguir seu coração em vez de tendências, e o resultado foi um desempenho mais modesto nas paradas. Mesmo assim, o álbum é um favorito entre os fãs e críticos, mostrando que, às vezes, a maldição pode ser mais uma benção disfarçada.
Rihanna – “Rated R”
Logo após o sucesso arrasador de “Good Girl Gone Bad“, Rihanna fez uma virada sombria e introspectiva com “Rated R“. Esse álbum refletiu um período difícil na vida pessoal da artista e trouxe uma sonoridade mais pesada. Apesar de hits como “Rude Boy”, o projeto teve um desempenho comercial mais contido. A transição foi essencial para a evolução de Rihanna, mas a maldição não deixou de fazer sua aparição.
Lady Gaga – “Artpop”
Se existe um álbum que define a “maldição do quarto álbum”, é “Artpop” de Lady Gaga. Sempre à frente de seu tempo, Gaga tentou unir arte e música de uma forma única — mas o público não estava pronto para essa obra de vanguarda. Embora tenha começado bem nas paradas, “Artpop” rapidamente perdeu força, e Gaga enfrentou uma enxurrada de críticas. Para muitos, “Artpop” é um projeto inovador, mas que não conseguiu capturar o sucesso comercial esperado.
Lana Del Rey – “Honeymoon”
Após o sucesso de “Born to Die” e o aplauso crítico de “Ultraviolence”, Lana Del Rey lançou “Honeymoon“, um álbum que manteve sua estética melancólica e cinematográfica. Embora tenha agradado aos fãs, o projeto não teve o mesmo impacto comercial de seus predecessores. As críticas foram boas, mas “Honeymoon” parecia estar fora do radar pop, o que fez muitos considerarem que a maldição também fez uma visita a Lana.
Marina – Love + Fear
Marina (ex-Marina and the Diamonds) chegou ao quarto álbum com uma abordagem diferente, explorando emoções e dualidades. “Love + Fear“ foi um projeto dividido, tanto em conceito quanto em recepção. Com críticas mistas e vendas mornas, esse álbum representou um momento de incerteza na carreira da artista, que mais uma vez se reinventava — mas sem o mesmo entusiasmo por parte do público.
Hilary Duff – “Breathe In. Breathe Out.”
Hilary Duff, ícone pop dos anos 2000, fez seu retorno musical com “Breathe In. Breathe Out.” depois de uma longa pausa. Apesar de ser um álbum sólido, ele não teve o mesmo impacto dos primeiros lançamentos de Duff. As vendas foram modestas, e Duff seguiu focando em outros projetos. A maldição do quarto álbum pode ter feito mais uma vítima.
Shakira – “She Wolf”
“She Wolf” foi o quarto álbum de Shakira em inglês, depois do sucesso estrondoso de “Laundry Service”. O projeto trouxe uma sonoridade eletrônica e experimental, mas não conseguiu replicar o sucesso mainstream dos álbuns anteriores. Apesar das boas críticas, o desempenho comercial foi tímido, e Shakira logo voltou a um som mais familiar para reconquistar as paradas.
Confira também: Sabrina Carpenter encontra equilíbrio sem revolucionar o pop em novo álbum
Comments 2