Benson Boone volta ao centro dos holofotes com “American Heart“, um segundo álbum que mira o pop com mais ambição, mais identidade e um alcance emocional ainda maior. Agendado para 20 de junho de 2025, o novo trabalho será lançado pela Night Street em parceria com a Warner Records. É o tipo de álbum que consolida o caminho que o cantor começou a pavimentar com “Beautiful Things”, seu maior sucesso até aqui. Mas a trajetória de Boone não foi feita de atalhos. Ela envolve decisões corajosas, como abandonar o “American Idol” ainda durante a competição, recusar a tentação da fama instantânea e construir uma carreira nos próprios termos. “American Heart” é, antes de tudo, a recompensa por essa escolha.
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Nascido em Monroe, Washington, Boone descobriu a música quase por acaso. De um convite despretensioso para cantar numa batalha de bandas escolar, ele passou a postar vídeos no TikTok, chamou a atenção de Dan Reynolds, vocalista do Imagine Dragons, e encontrou uma casa na Night Street Records. Desde então, vem lapidando uma estética que mistura vulnerabilidade emocional com arranjos grandiosos, mantendo um carisma natural que o distancia dos produtos fabricados da indústria.
Este segundo disco carrega o peso simbólico de um artista que precisa provar que não é só um fenômeno de internet. E Boone parece entender essa responsabilidade. Com produção mais refinada, composições próprias e uma entrega vocal visivelmente mais madura, “American Heart” representa um passo firme na direção de um pop mais pessoal. O álbum é enxuto, com pouco mais de 30 minutos, mas recheado de intenções. Cada faixa contribui para construir esse universo emocional que Boone vem desenhando com consistência.
Ao longo das dez músicas, ele canta sobre amor, perda, memória, família e reconstrução emocional com honestidade e entrega. Mesmo com uma sonoridade que dialoga com o pop contemporâneo, há um esforço claro para injetar identidade em cada detalhe. “Mr Electric Blue”, por exemplo, resgata a vibração cósmica da Electric Light Orchestra. Já “Mystical Magical” brinca com referências setentistas e recria o refrão de “Physical”, de Olivia Newton-John, em uma atmosfera mais doce e íntima.
O disco também abre espaço para homenagens familiares, como a delicada “Momma Song”, e para momentos de catarse indie-pop, como “Young American Heart”, que narra um acidente de carro quase fatal com um misto de adrenalina e melancolia. Com nomes como Jason Evigan e Malay na produção, o disco ganha um acabamento moderno e pop, sem perder o tom confessional que já virou marca registrada de Boone.
O cantor também se prepara para a “American Heart Tour”, que percorre a América do Norte entre agosto e outubro de 2025. E ele não poderia estar em momento melhor. Depois de se apresentar em duas noites do Coachella 2025, com direito a participação de Brian May em uma cover ousada de “Bohemian Rhapsody”, Boone deixou claro que sabe ocupar grandes palcos.
A nova fase também acompanha mudanças pessoais. Benson vive em Los Angeles desde 2023, namora a atriz e influencer Maggie Thurmon e mantém uma vida equilibrada, mesmo após se distanciar da fé mórmon que marcou sua infância. Essa dualidade entre o garoto do interior e a estrela pop se reflete em sua música, que combina ingenuidade emocional com o amadurecimento de quem conhece os bastidores do estrelato.
“American Heart” não pretende reinventar o pop, mas reafirma Boone como um artista com algo a dizer. Um disco coeso, emocionalmente carregado e tecnicamente bem resolvido. Em um cenário onde muitos artistas desaparecem na pressa do algoritmo, ele entrega o que poucos conseguem: identidade, consistência e emoção em alto volume.
Se o coração americano ainda pulsa por novas vozes capazes de misturar dor e esperança com leveza pop, Benson Boone merece ser ouvido com atenção.
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