A mesma artista que já foi chamada de rainha do pop, polêmica em série e camaleoa incansável agora recupera um projeto que por décadas existiu só no plano das ideias. “Veronica Electronica” chega em 25 de julho de 2025 como um lançamento oficial pela Warner, trazendo à tona a persona eletrônica e mística que Madonna quase revelou em 1998. E o mais fascinante? Este disco de remixes não é só um apanhado de lados B. É parte de uma mitologia pessoal que a própria artista criou e arquivou por mais de vinte anos.
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O projeto nasceu como um plano paralelo ao lançamento de “Ray of Light”, sétimo álbum de estúdio de Madonna. Mas acabou engavetado por conta do sucesso esmagador da obra principal, que dominou rádios, premiações e a crítica especializada. Ainda assim, o nome “Veronica Electronica” permaneceu flutuando no imaginário de fãs e jornalistas, quase como uma entidade cult que prometia revelar mais camadas de uma das eras mais transformadoras da carreira de Madonna.
Dessa vez, o plano vai adiante. E o material promete não apenas recuperar raridades, mas reconstruir o quebra-cabeça de uma mulher em transição artística, espiritual e pessoal. A seleção deve reunir remixes inéditos de colaboradores que ajudaram a moldar a estética eletrônica daquele momento, como Peter Rauhofer, William Orbit, Sasha, BT e Victor Calderone. Entre os destaques está a demo nunca lançada “Gone Gone Gone”, registrada durante as sessões de “Ray of Light” com Rick Nowels, que adiciona ainda mais valor histórico ao lançamento.
Mas “Veronica Electronica” nunca foi só sobre música. É também sobre identidade, dualidade e renascimento artístico. Quando anunciou o projeto em junho de 2025, Madonna explicou em seu Instagram que “fazer meu álbum ‘Ray of Light’ foi um momento seminal na minha vida como artista”, citando sua maternidade, o encontro com a cabala e a entrega total à música eletrônica como forças centrais naquele momento. O nome Veronica Electronica, inclusive, nasceu como um alter ego, uma persona simbólica que representava essa metamorfose.
O apelido não veio do acaso. Veronica é um dos nomes recebidos por Madonna em sua confirmação católica, e Electronica sintetiza a guinada sônica que ela promoveu ao lado de Orbit. Durante a era “Ray of Light”, Madonna chegou a dizer que Veronica era sua versão medieval, um espírito alternativo que dançava em clubes escuros e via na pista de dança uma espécie de ritual transcendental.
As descrições conceituais que cercam o projeto reforçam essa ideia. Os remixes formam uma espécie de jornada em camadas, como se fossem parte de um set de DJ dividido em dois momentos. Nas primeiras faixas, o público é convidado para um transe psicodélico e progressivo. Nas últimas, a música desacelera e entrega uma sensação de pós-festa introspectiva, como quem reaprende a caminhar após o êxtase. Uma metáfora sonora sobre entrar e sair de si mesma.
O que “Veronica Electronica” entrega, portanto, vai além de remixes resgatados do baú. O projeto é um documento raro que evidencia o momento exato em que Madonna deixou de ser apenas uma superestrela para se tornar também uma criadora conceitual, disposta a fugir do previsível, a abandonar fórmulas e a colocar sua própria persona em xeque. É a Madonna que desafiou a própria discografia e preferiu trilhar caminhos arriscados em vez de replicar sucessos passados.
Se “Ray of Light” já era considerado um ponto de ruptura, “Veronica Electronica” funciona como sua zona de sombra. A outra metade do espelho, ainda mais ousada, mais crua e menos preocupada em ser compreendida de imediato. Um presente aos fãs que sempre enxergaram a Madonna mais profunda por trás da Madonna pop.
Agora, finalmente oficializado, o álbum se posiciona como um dos lançamentos mais esperados do ano. Não por saudosismo, mas por carregar o espírito da reinvenção com o qual Madonna sempre desconstruiu sua própria narrativa.
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