Com a quantidade de hits que possui na carreira, Zeeba poderia colocá-los todos em uma mala e viajar o mundo umas 17 vezes apresentando-os pelos 195 países. Só que ele preferiu retornar à origem e ao propósito que o fizeram músico, apertou o botão de reset e começa nova fase com este álbum de 9 faixas, não por acaso batizado “Reset”.
Se somar somente dois de seus sucessos, “Hear me Now” e “Never Let me Go”, e o desempenho em duas plataformas – YouTube e Spotify -, a quantidade de views e audições ultrapassa o bilhão. Isso mesmo, cinco vezes a população brasileira.
Só que Zeeba demonstra em “Reset” que não está interessado em números estratosféricos, mas em realização artística. De cara, ele pega “Hear me Now” e a despe dos arranjos eletrônicos da parceria com Alok e Bruno Martini e deixa-a conforme foi concebida, em violão, piano e voz (e uma certa percussão).
A canção mostra um novo fôlego e aparência fresca de que nasceu ontem, no formato sonoro onde o indie rock encontra o folk registrado no álbum.
É essa a cara de “Reset”, pois é essa a proposta do artista, que nasceu em San Diego, na Califórnia, veio com os pais brasileiros ao país e voltou aos EUA para estudar música.
As oito canções registradas preferencialmente no formato acústico em “Reset” são obras com a assinatura autoral de Zeeba. Ao final, uma surpresa: sua primeira composição em português, “Tudo que Importa”.
Confira entrevista:
Você ter lançado esse álbum foi uma surpresa para todos os fãs, mas lançar uma faixa em português, dá pra gente definir isso como um “reset” mesmo? Você vai passar a compor e cantar em português?
Na verdade o álbum é uma releitura de muitas parcerias que eu fiz e queria mostrar mais um lado do Zeeba, porque eu vim de muitas parcerias, então o violão, instrumentos mais orgânicos, são coisas que eu acredito que me definem mais. O álbum demorou bastante pra ser terminado porque eu fui muito criterioso pra selecionar os intrumentos, pra fazer algo que fosse uma coisa que fosse minha identidade. Então tem aí desde “Hear me Now”, “Never Let Me Go”, parcerias com o Alok, parcerias com o Bruno [Martini], músicas com o Dimmi, da França, a “Found U”, e teve essas versões mais acústicas, que iriam vir junto com a turnê. E a música em português foi na verdade mais um bônus, foi algo que, enfim, eu tenho muitos fãs aqui no Brasil e todo mundo sempre me pediu pra fazer algo em português. Minha família é brasileira, morei aqui durante parte da minha vida, então não tinha porquê não fazer e finalmente fiz uma música em parceria com outros autores também, tem o Gee Rocha, o Digão, mas a gente fez uma música que eu acho que era minha cara. Fazer música em português sempre foi um desafio pra mim e essa foi uma primeira que eu achei que tinha a ver comigo desde letra, melodia, enfim, e por isso a gente resolveu fazer nesse momento. Meio que casou.
Agora queria saber sobre “Tudo que Importa”, que, claro, está em formato acústico, mas ela já foi pensada dessa forma ou ela foi composta para ser uma parceria ou em outro formato? As outras inéditas também foram planejadas para esse álbum?
“Tudo que Importa” foi pensada em fazer dessa forma mesmo, nesse formato mais acústico, pra entrar no álbum e pra turnê que a gente tava planejando… que ainda vai ter, só foi adiada.
Na divulgação do disco tem um trecho que cita uma turnê. Fiquei curioso pra saber se ela será totalmente acústica ou também terá um pouco de eletrônico.
Sim, a turnê vai ser totalmente acústica, vai ser em teatros, a gente tá querendo colocar um piano de cauda, eu vou tocar piano, violão, vai ter percussionista, baixista, vai ser bem banda mesmo. Tamo montando um show bem leghal pra galera. Os ensaios ficaram pra depois, mas quando tudo estiver voltando ao normal, a gente vai tá voltando com tudo.
A gente tá numa fase que estar junto com quem gostamos, priorizando a saúde é, como diz a música, “tudo que importa”. Esse período você tá aproveitando pra compor, planejar sua turnê, descansar… conta como você tá passando a quarentena!
Eu tô aqui em casa, tocando muito, fazendo muito piano, estudando violão, fazendo músicas novas… A “Tudo que Importa” veio nesse momento, é uma música um pouco reflexiva também, né, e diz que tudo vai ficar mais legal, mais interessante e mais bonito quando a gente tem alguém pra compartilhar. E tô aproveitando pra descansar, pra planejar, pra quando a gente voltar, voltar com tudo. É chato isso tudo que tá acontecendo, mas a gente tem que olhar pelo lado bom e tentar aproveitar desse momento pra fazer coisas que a gente não poderia fazer na nossa rotina normal. Pegar novas metas, tô querendo aprender francês, pegar horas livres pra tentar desenvolver algo pessoal e legal.
Ouça “Reset”:
Veja o clipe de “Tudo que Importa”: