O filme “Assassino por Acaso“, o mais recente trabalho do diretor Richard Linklater, chega aos cinemas brasileiros no dia 12 de junho, trazendo Glen Powell em uma performance dupla. Powell interpreta Gary Johnson, um professor de filosofia e o assassino profissional mais procurado de Nova Orleans, que, na realidade, trabalha secretamente para a polícia. Sua missão é investigar aqueles que o contratam para eliminar alguém, fingindo ser um assassino de aluguel.
A trama se complica quando Gary conhece Madison, interpretada por Adria Arjona, uma mulher desesperada para escapar de seu marido abusivo. Ao se infiltrar na vida dela sob uma de suas falsas identidades, Gary começa a se apaixonar e a flertar com a ideia de abandonar seu disfarce e tornar-se um verdadeiro criminoso.
O filme se destaca pelo conceito central de um homem comum se passando por um assassino de aluguel. Este é um tema explorado de maneira inteligente e bem-humorada, com cenas que mostram Gary em suas diversas operações disfarçadas. Cada persona que ele cria possui características únicas e uma fisicalidade distinta, com destaque para Ron, o bad boy assassino que conquista o coração de Madison.
A química entre Powell e Arjona é um dos pontos altos do filme. Suas interações são frequentemente hilárias e, ao mesmo tempo, tocantes. O elenco de apoio, embora pequeno, também merece destaque, especialmente Austin Amelio, que interpreta o corrupto policial Jasper com maestria.
O roteiro, co-escrito por Linklater e Powell, é habilmente equilibrado entre grandes ideias e risadas. O diretor mistura diferentes estilos e gêneros, mantendo o filme fresco e divertido. As reflexões filosóficas de Gary sobre identidade e mudança, intensificadas por sua vida dupla, adicionam uma camada de profundidade surpreendente à narrativa.
No entanto, a trama apresenta algumas falhas. Embora o conceito de um homem se passando por um assassino de aluguel seja intrigante, a história principal demora a se desenvolver. A maior parte do filme mostra Gary alternando entre suas identidades e suas atividades rotineiras, o que pode se tornar repetitivo. Somente nos últimos 45 minutos a narrativa ganha um impulso mais significativo, resultando em um terceiro ato mais interessante.
Apesar disso, “Assassino por Acaso” é um filme divertido, com performances carismáticas e um roteiro bem escrito. Glen Powell brilha como protagonista, solidificando-se como uma estrela de nicho em ascensão.
No final, o longa é uma adição interessante à carreira de Linklater, combinando elementos de seus trabalhos anteriores como “EVERYBODY WANTS SOME!” e “BERNIE”. Para do diretor e de narrativas que exploram a complexidade da identidade humana, “Assassino por Acaso” é imperdível. Se ainda não estava convencido do talento de Glen Powell, este filme certamente mudará sua opinião.
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Assassino por Acaso – Richard Linklater: ☆☆☆☆