Quando assistimos a uma cena, seja em uma novela, filme, série ou teatro, muitas vezes nos conectamos com algum personagem. Por trás dessas conexões existe todo um trabalho por parte dos atores, para que cada personagem possa ser “real” para o público.
O ator Antônio Zeni comenta sobre esse processo e como isso ajudou na criação de seus personagens: “Essa parte de criação do personagem é uma das mais importantes e divertidas da profissão. A cada personagem tenho a oportunidade de aplicar tudo o que aprendi em workshops, cursos, e aprender ainda mais com a nova experiência, além de toda troca com os atores no set. Isso me ajuda a progredir nesse processo, aproveito muito!”
O ator tem vários papéis onde essa preparação foi fundamental para a caracterização do personagem, como seu papel em “O Caminho de Hans”, onde fez o protagonista da história e precisou aprender um sotaque novo e palavras de um idioma bem diferente do nosso: “Interpretando o Hans gravei todas as cenas com sotaque alemão. Houve todo um trabalho de consultoria fonética e aprendi algumas palavras em alemão.”
Em “Perseguição e Cerco a Juvêncio Gutierrez” (estreia prevista para o próximo ano) – Um filme sobre o rito de passagem da adolescência para a vida adulta, deu vida a Marcelo (protagonista), e neste papel a preparação de ator foi essencial, em especial nas cenas com animais: “Tive que aprender a tocar cavalos para que em cena pudessem sair na direção correta marcada pelo diretor. Todo esse trabalho feito com os cavalos foi muito legal. Também achei muito interessante a construção emocional do Marcelo, ele passa por um processo de amadurecimento muito rápido, que é bem forte e intenso. Houve toda uma preparação para isso, existe uma carga dramática bem marcante no Marcelo.”
Há personagens que exigem um pouco mais dos atores e se tornam desafiadores para os profissionais. No longa “Chama a Bebel”, gravado no Rio Grande do Sul no início do ano, interpreta o Beto, um jovem introvertido, de poucos amigos e que não se relaciona bem com a família.
Este trabalho foi um grande desafio para o ator, pois além das enormes diferenças comportamentais e psicológicas entre ele e seu personagem, também precisou platinar o cabelo para compor o visual do Beto.
Antônio Zeni acredita que cada personagem deixa uma marca e um aprendizado: “Dar vida a personagens tão diferentes, com diversas realidades em épocas da história contemporânea distintas, é incrível e enriquecedor. Essa é a magia de tudo isso!”