Mother Mother, banda canadense de indie rock baseada em Vancouver, já é uma velha conhecida dos fãs do gênero, com uma discografia robusta e marcante. Formada em 2005, a banda foi ganhando destaque no cenário musical com álbuns icônicos como “O My Heart” e “The Sticks“. O grupo, composto por Ryan Guldemond (guitarra e vocal), Molly Guldemond (vocal e teclado), Jasmin Parkin (teclado e vocal), Ali Siadat (bateria) e Mike Young (baixo), tem mostrado ao mundo sua versatilidade musical e presença de palco estrondosa, características que se consolidaram com o lançamento de “Grief Chapter“, seu nono álbum de estúdio em 2024.
Pouco antes de embarcar na turnê pela América Latina, a banda lançou o EP intitulado “Mother” no dia 27 de setembro de 2024.
O show de São Paulo, que aconteceu no Tokio Marine Hall no dia 23 de outubro, foi uma explosão de energia e emoção. A plateia, composta por fãs de diversas gerações, se entregou à experiência do início ao fim, com um setlist cuidadosamente montado para abraçar diferentes fases da carreira da banda. A abertura com “Nobody Escapes” já deu o tom do que estava por vir: uma noite onde cada momento parecia ressoar diretamente nos corações presentes. E, claro, a banda não deixou de lado seus maiores sucessos, passando por “Hayloft II” e a cativante “Verbatim”, que arrancou gritos de cada canto da casa.
Um dos momentos mais marcantes da noite foi quando a banda surpreendeu os fãs com uma versão inesperada de “Video Games”, cover da icônica Lana Del Rey. Esse toque inusitado no meio da apresentação demonstrou a capacidade do grupo de flertar com outras sonoridades sem perder sua essência. Além disso, a conexão entre os membros da banda era palpável, com Ryan Guldemond, sempre enérgico e comunicativo, guiando o público através de um espetáculo que transbordava autenticidade. Ao encerrar com “Burning Pile”, o show alcançou um ápice que deixou o público extasiado, desejando por mais.
Antes do show, conversamos com a banda sobre o processo de criação do EP “Mother“, e a resposta foi carregada de espontaneidade. “Grande parte do álbum foi escrita enquanto estávamos em turnê. Estávamos compartilhando ideias de músicas, tipo no soundcheck e no camarim, nesse tipo de ambiente, com um violão acústico. Foi realmente especial, diferente. Porque, muitas vezes, quando estamos em casa, a banda não está junta”, revelaram com um tom de saudade misturado àquela satisfação de criar algo autêntico em meio à estrada.
Sobre a setlist, a banda também refletiu: “Sabe, eu realmente amo a música ‘Miles’, do ‘Oh My Heart’. Sempre foi uma das minhas favoritas e sempre achei subestimada, então eu a colocaria na setlist, se pudesse. Mas ninguém conhece, exceto tipo duas pessoas“, confessaram com um riso. Quando perguntados sobre os fãs brasileiros, a banda não hesitou: “Obrigado. Muito obrigado pelo apoio e pela oportunidade de estarmos aqui. Para qualquer jovem artista no Brasil, sigam seus sonhos. Vocês têm o nosso apoio nessa jornada.”
E não foi só isso: Os Mutantes, a lendária banda brasileira, também recebeu menção. “Os Mutantes! Estávamos ouvindo agora mesmo, no telefone. Há uma música, e nos disseram que soamos um pouco parecidos. Então, sim, estamos ansiosos para ouvir mais. É muito bom.”
A apresentação do Mother Mother no Brasil refletiu o sólido espaço que a banda conquistou por aqui. Com uma base de fãs fiel, eles entregaram uma performance que reafirmou sua conexão com o público brasileiro. Cada música escolhida parecia um diálogo entre a banda e seus seguidores, mostrando que, além de seu talento, o grupo entende e valoriza essa relação. A noite foi uma celebração dessa troca, deixando claro que o Mother Mother, mais do que nunca, faz parte da trilha sonora de muitos brasileiros.
Setlist do show:
- “Nobody Escapes”
- “Arms Tonite”
- “Hayloft II”
- “The Matrix” (com trecho de “Where is My Mind?” do Pixies)
- “Problems”
- “Explode!”
- “Back to Life”
- “Video Games” (Lana Del Rey cover)
- “Bit by Bit”
- “Body”
- “Sleep Awake”
- “Dirty Town” / “Neighbour” / “Wisdom” / “Ghosting” / “Little Pistol” / “It’s Alright”
- “Oh Ana”
- “Wrecking Ball”
- “Verbatim”
- “Hayloft”
- “Grief Chapter”
- “Burning Pile”
- “We Are the Champions” (Queen cover)