Navegar pelas nuances do gênero romântico adolescente requer um certo cuidado, mas “A Culpa é Sua” não só desliza, ele desaba. A sequência de “Minha Culpa”, dirigida novamente por Domingo González e baseada na trilogia de Mercedes Ron, busca expandir o universo de Noah (Nicole Wallace) e Nick (Gabriel Guevara), mas falha em praticamente todos os aspectos.
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A premissa parece uma paródia involuntária do clichê adolescente. Dois jovens de 22 anos reclamam que suas namoradas de 18 anos os fazem sentir velhos, apenas para mergulharem em um enredo onde cada cena reforça estereótipos e situações absurdas. O ponto alto, ou melhor, o mais risível é a tentativa de introduzir elementos de ação com uma corrida de rua em uma Lamborghini. O desfecho da cena, com um tanque de combustível “comicamente grande” forçando uma frenagem abrupta, é o tipo de exagero que transforma o filme em uma caricatura.
Se o objetivo era adicionar camadas ao relacionamento de Noah e Nick, o filme falha miseravelmente. O casal, que deveria ancorar a narrativa, é um exemplo claro de como a química e o desenvolvimento de personagens são cruciais em histórias românticas. Aqui, a química é inexistente e os personagens parecem vazios, deixando o espectador desinteressado e frustrado.
Nicole Wallace se esforça para salvar o filme, mas Gabriel limita-se à mesma expressão de raiva para qualquer emoção. A ambientação, que deveria ser nos Estados Unidos, parece nunca sair da Espanha, criando uma desconexão visual gritante. Os pais dos protagonistas são reduzidos a meros elementos decorativos, enquanto subtramas como a do garoto em conflito por namorar uma milionária são tão mal executadas que é difícil levá-las a sério.
A tentativa de adicionar uma crítica social através de Noah e Lion é feita de maneira superficial, sem peso narrativo ou profundidade. Além disso, o filme introduz um enredo envolvendo cocaína que se sente deslocado e exagerado, como se tentasse desesperadamente justificar sua existência. A sequência final é um golpe forçado e desajeitado que claramente pretende preparar o terreno para o próximo filme.
Se há algo positivo, é o styling de Noah. Fora isso, “A Culpa é Sua” é um festival de clichês, atuações sem brilho e escolhas narrativas preguiçosas. Ainda assim, é inegável que a franquia tem um apelo quase masoquista, é tão ruim que é impossível não querer assistir ao próximo, apenas para rir e reclamar do desastre que certamente virá.
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