A literatura juvenil tem uma estranha obsessão pelo romance proibido, e “Minha Culpa: Londres” entra de cabeça nesse clichê. Mas, ao contrário do original espanhol, esse remake britânico encontra um jeito de transformar a previsibilidade em algo magnético. A trama segue Noah (Asha Banks), uma jovem que troca os Estados Unidos por Londres quando sua mãe se casa com um magnata. Lá, ela conhece Nick (Matthew Broome), seu novo meio-irmão, e o inevitável acontece: uma atração carregada de conflitos e tensões, embalados por um thriller romântico que melhora todos os pontos falhos do primeiro filme.
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A versão britânica faz tudo com mais precisão: o roteiro dá mais tempo para os personagens se desenvolverem, os atores entregam performances convincentes e a direção cria um ambiente onde o drama romântico respira sem parecer excessivamente melodramático. A relação entre o casal não se baseia apenas em faíscas artificiais, mas em um jogo de sedução e vulnerabilidade bem construído. Se no original o casal parecia preso a um roteiro que confundia paixão com toxicidade, aqui a dinâmica tem um peso emocional real.
A escolha de Londres como pano de fundo também não é mero detalhe. A cidade imprime um tom mais sofisticado à narrativa, tornando-se quase um personagem. Os cenários alternam entre festas luxuosas e ruelas misteriosas, dando ao filme um charme europeu que se distancia do estético exageradamente solar do original. Esse novo espaço não é apenas visualmente atraente; ele também reforça a ideia de que Noah está imersa em um universo desconhecido, onde tudo é novo e perigoso.
O grande triunfo do filme, porém, é Matthew Broome. Existe uma fragilidade por trás do olhar seguro, um conflito que vai além da pose de garoto-problema. Sua interação com Noah é carregada de nuances, e o resultado é uma química tão palpável que transcende a tela. Asha Banks também brilha, trazendo para Noah uma força que impede que a personagem seja apenas uma donzela em perigo.
O roteiro também acerta ao inserir um vilão crível. O pai de Noah, recém-saído da prisão, adiciona uma camada de suspense que faltava na versão original. Essa subtrama impede que o filme fique apenas girando em torno do romance, dando-lhe uma urgência dramática que eleva a história.
“Minha Culpa: Londres” é um caso raro de remake que supera o original. Se “Culpa Mia” era um romance adolescente perdido entre clichês e relações problemáticas, a versão britânica encontra um equilíbrio entre intensidade e credibilidade. Com um casal protagonista que realmente convence e uma direção que entende que romance proibido não precisa ser sinônimo de relação tóxica, este é um filme que entrega drama, paixão e aquele toque de sofisticação que faz toda a diferença. Se houver uma sequência, que venha com o mesmo fôlego.
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