“A Informante” oferece uma visão multifacetada sobre a trajetória de Reality Winner, uma analista da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos que vazou documentos sigilosos sobre a interferência russa nas eleições de 2016. Dirigido por Susanna Fogel, o filme opta por uma abordagem de humor negro para contar essa história, o que pode dividir opiniões sobre o tom adotado.
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Emilia Jones entrega uma interpretação notável, capturando tanto a inteligência quanto o desajuste de Reality, uma jovem de origem humilde, criada no Texas, que vê sua vida mudar ao ingressar nas Forças Aéreas e, posteriormente, atuar na inteligência americana. A presença de Kathryn Newton, Connie Britton, Zach Galifianakis e Danny Ramirez enriquece a narrativa, ainda que alguns desses personagens apareçam pontualmente.
O roteiro se destaca ao apresentar nuances sobre a protagonista, indo além do simples relato do vazamento. O espectador acompanha sua formação, os dilemas morais que enfrenta e a relação com a família. Essa profundidade permite que cada um tire suas próprias conclusões sobre a motivação e as consequências de seus atos. A tensão cresce à medida que Reality se vê encurralada, culminando na inevitável prisão, momento retratado com trechos de gravações reais.
Entretanto, a escolha pelo humor pode ser questionável, especialmente ao tratar de um caso real e controverso. Enquanto alguns podem considerar essa abordagem um recurso para tornar a história mais acessível, outros podem sentir que suaviza o impacto da situação.
O filme inevitavelmente convida comparações com “Reality”, dirigido por Tina Satter, lançado no ano anterior. A diferença fundamental entre as produções está no foco narrativo: enquanto “Reality” enfatiza o interrogatório e as circunstâncias do vazamento, “A Informante” se aprofunda na trajetória pessoal da protagonista, explorando sua formação e suas motivações. A dualidade entre esses filmes reforça a complexidade do caso e das percepções sobre a atitude de Reality Winner.
Outro ponto interessante é a semelhança temática com “Borboletas Violentas”, produção mexicana que também aborda o embate entre ideais pessoais e a rigidez do sistema. “A Informante” ilustra como a ideologia e a manipulação podem transformar a vida de alguém, evidenciando as consequências de desafiar estruturas consolidadas.
Dentre os méritos da obra, destaca-se a performance de Emilia Jones, que evita retratar Reality de forma unidimensional. Seu trabalho confere humanidade à personagem, permitindo que o público enxergue além da manchete que tornou seu nome conhecido. A recepção ao filme, no entanto, pode depender diretamente da posição do espectador sobre as ações da protagonista. Para aqueles que a veem como uma heroína, a obra se torna um relato necessário; para quem a considera uma traidora, pode soar como uma tentativa de justificar o injustificável.
Independentemente do julgamento sobre Reality Winner, “A Informante” é um filme instigante e relevante, destacando-se entre os filmes da Max como um dos mais assistidos da semana. Para quem busca compreender diferentes perspectivas sobre o caso, assistir tanto a este filme quanto a “Reality” pode ser uma experiência enriquecedora.
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