Filmes de suspense jurídico podem ser fascinantes quando equilibram tensão e complexidade narrativa, mas “De Tyler Perry: Duplicidade” tenta jogar nesse território sem entregar a precisão necessária. A premissa é intrigante: Marley, uma advogada renomada, assume o caso mais pessoal de sua carreira ao investigar o assassinato do marido de sua melhor amiga, Fela. O filme, lançado no Prime Video, promete um thriller psicológico carregado de dilemas morais e reviravoltas dramáticas, mas a execução deixa a desejar.
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Tyler Perry acerta ao construir um primeiro ato sólido, introduzindo personagens cativantes e tecendo uma atmosfera de mistério convincente. A trama sobre justiça, luto e a fragilidade das instituições jurídicas poderia ter sido um ponto alto, mas a partir do segundo ato, a narrativa perde a força. O desenvolvimento previsível e a falta de camadas mais profundas minam o potencial de um enredo que, em teoria, deveria provocar e surpreender.
A atuação de Meagan Good como Marley é competente e sustenta boa parte da tensão emocional, enquanto Tika Sumpter também entrega uma performance convincente como Fela. No entanto, a direção de Perry não consegue explorar plenamente a química entre as duas protagonistas. A condução das cenas mais dramáticas parece excessivamente didática, subestimando a capacidade do público de interpretar nuances.
Outro ponto que compromete a experiência é o excesso de discursos moralizantes. Embora o filme toque em temas relevantes como brutalidade policial e racismo sistêmico, essas questões são tratadas de forma superficial e panfletária. Em vez de deixar os personagens e suas ações carregarem o peso dessas discussões, o roteiro insiste em explicar demais, tornando as mensagens óbvias e previsíveis.
A cinematografia também não impressiona. Com uma paleta de cores fria e uma direção de arte funcional, o visual não acrescenta camadas ao suspense pretendido. A trilha sonora, por sua vez, reforça o drama de forma genérica, sem realmente amplificar as emoções da narrativa.
Talvez o maior problema de “Duplicidade” seja a tentativa de entregar um clímax surpreendente sem a construção adequada. A revelação final, que deveria ser um golpe de mestre, é antecipada por um roteiro que deixa pistas óbvias demais. Quando as peças finalmente se encaixam, o impacto esperado simplesmente não acontece.
“De Tyler Perry: Duplicidade” começa com potencial, mas escorrega ao longo do caminho, tornando-se mais um thriller genérico que não consegue sustentar a própria ambição. Para quem busca um drama jurídico envolvente, há opções mais consistentes disponíveis. Ainda assim, os fãs de Perry podem encontrar valor na atuação de seu elenco principal, mesmo que o roteiro não faça jus ao talento em cena.
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