O longa “Diabólica”, de Chris Weitz, se apresenta como uma mistura curiosa de drama familiar, ficção científica e pitadas de terror. A trama gira em torno de Curtis (John Cho) e sua família, escolhidos para testar um assistente digital revolucionário, a IA. Com sensores espalhados pela casa e um algoritmo capaz de prever até o que você vai querer no jantar, a IA transforma o lar em uma verdadeira fortaleza high-tech. Mas como toda tecnologia ambiciosa, ela logo revela que suas intenções podem ser mais sombrias do que parecem.
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De cara, o filme impressiona. A ideia de uma IA invadindo e moldando a vida cotidiana é tão fascinante quanto assustadora. É quase um alerta do que pode acontecer se deixarmos dispositivos como Alexa ou Siri darem um passo a mais. As atuações ajudam a trazer credibilidade a esse cenário; John Cho entrega um Curtis convincente, dividido entre a fascinação tecnológica e o terror crescente.
No entanto, “Diabólica” se perde em sua própria ambição. A transição de um drama intrigante para um terror exagerado é abrupta e mal executada. As tentativas de assustar se perdem, parecendo mais deslocadas do que impactantes. E, honestamente, alguns momentos são tão forçados que você começa a questionar se foi intencionalmente cômico – como a reviravolta com os pais da menina da primeira cena, que surge e desaparece sem dizer a que veio.
Tecnicamente, há escolhas questionáveis. Cenas escuras demais acabam sabotando o suspense, e a trilha sonora, apesar de funcional, falha em amplificar a tensão. A estética parece indecisa entre o minimalismo tecnológico e o horror tradicional, o que resulta em uma experiência visual confusa.
Mas o que dizer do clímax? Que flerta com o brega de forma descarada. Imagine algo digno de um episódio de “Power Rangers”, só que levado a sério. Tudo isso se resulta no uso de uma “Arma de Tchechov” tão previsível que você quase adivinha o desfecho antes de ele acontecer.
Ainda assim, o final surpreende. Quando você acha que o filme terminou de forma genérica, ele dá uma guinada ousada que realmente pega de surpresa. É esse último ato que resgata boa parte do impacto e deixa uma impressão positiva.
No fim das contas, “Diabólica” é uma experiência irregular, mas não descartável. Ela provoca reflexões sobre a integração de IA na vida real, mesmo que falhe na execução de seu terror. Não é um filme para quem busca perfeição, mas para quem gosta de explorar o inesperado e não se importa em rir (ou revirar os olhos) diante de algumas escolhas duvidosas. Se sua Alexa pudesse assistir, aposto que ela diria: “Interessante… mas podemos melhorar!”
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