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Crítica: “Dune: Awakening”

Texto: Ygor Monroe
18 de junho de 2025
em Games, Resenhas/Críticas

A adaptação do universo de “Duna” para os videogames sempre esbarrou em uma contradição conceitual. Como traduzir um material tão denso, filosófico e político em mecânicas de jogo que sejam, ao mesmo tempo, acessíveis, imersivas e sistemicamente coerentes? “Dune: Awakening”, da norueguesa Funcom, enfrenta essa pergunta de frente. Em vez de recuar ou tentar diluir o universo criado por Frank Herbert, a proposta é clara. Abraçar a complexidade do lore e utilizá-la como motor de uma experiência massiva e persistente de sobrevivência em tempo real.

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Crítica: "Dune: Awakening"
Crítica: “Dune: Awakening”

Situado numa linha temporal alternativa que reconfigura a história central da franquia, o jogo abre mão de seguir qualquer narrativa consagrada para construir sua própria gramática dentro de Arrakis. E isso faz toda a diferença. Sem amarras narrativas, “Dune: Awakening” tem liberdade para escalar desafios, propor sistemas de progressão e estruturar ciclos de gameplay que priorizam a tensão constante e a tomada de decisão estratégica. Não se trata de um RPG cinematográfico com aspirações narrativas. É uma simulação sistêmica de sobrevivência, com foco na experiência emergente e na construção de território, física, social e simbolicamente.

A base de tudo está na gestão do risco. A mecânica da sede, os trajes destiladores, a vulnerabilidade aos vermes da areia, as tempestades periódicas e a presença de centenas de outros jogadores em simultâneo criam um ambiente onde a imprevisibilidade é o único elemento constante. Arrakis não é um cenário. É um organismo hostil, vivo, que exige atenção, inteligência e adaptação constante. Nenhuma ação é gratuita, e o tempo investido precisa ser calculado com precisão. Recolher recursos, manter-se vivo e proteger seus avanços se tornam atos estratégicos de sobrevivência em um mundo sem concessões.

Nesse ecossistema de escassez extrema, “Awakening” propõe um modelo de progressão baseado em quatro grandes estágios: sobreviver, proteger, expandir e dominar. Essa curva, por si só, já revela a ambição do projeto. Trata-se de um MMO de fato, em que o objetivo final não é completar uma campanha, mas estabelecer sua presença e influência em um universo dinâmico, onde decisões individuais podem ter impacto coletivo. Guildas, diplomacia, política, PvE e PvP coabitam com fluidez, criando um ambiente que simula o caos de uma guerra de desertos com precisão surpreendente.

Tecnicamente, o jogo demonstra o know-how da Funcom em mundos abertos e estruturas multiplayer persistentes, herdando muito do que foi desenvolvido em Conan Exiles, mas refinando elementos fundamentais, como ambientação, balanceamento e sistema de crafting. Ainda há arestas a serem aparadas, sobretudo no sistema de combate, que oscila entre o funcional e o engessado, com reações dos inimigos que nem sempre respondem com fluidez ou realismo. A movimentação também pode apresentar inconsistências em situações específicas de conflito, e alguns bugs de colisão ou posicionamento ainda comprometem a experiência.

Mas o jogo ganha pontos ao evitar o grinding excessivo que tantos jogos do gênero abraçam. Há tarefas e ciclos de repetição, sim, inerentes ao gênero, mas eles são mais bem distribuídos e vinculados à progressão narrativa e tecnológica. A sobrevivência aqui exige esforço, mas recompensa o planejamento e pune o improviso. É um jogo onde viver por mais um ciclo em Arrakis já é, por si só, uma conquista.

Visualmente, “Dune: Awakening” entrega uma representação impressionante de Arrakis, com um design atmosférico que valoriza a vastidão opressora do deserto, sem cair no vazio estético. Mesmo dentro das limitações impostas por um mundo seco e monocromático, o jogo consegue criar cenários ricos, densos e visualmente marcantes, sem nunca perder o senso de urgência que o ambiente impõe.

O multiplayer assíncrono também funciona como um catalisador da tensão narrativa. Ao dividir os jogadores em facções com objetivos distintos e mecânicas de cooperação ou enfrentamento, o jogo cria um ecossistema sociopolítico interno que simula os conflitos estruturais de “Duna” sem precisar dramatizá-los demais. É a política vivida no campo, no micro, e não encenada em diálogos expositivos. A construção de alianças, a disputa por especiarias e o controle territorial criam uma experiência onde o universo de Herbert é reinterpretado com respeito, mas também com ousadia.

No entanto, “Awakening” está longe de ser um produto fechado. É um jogo em construção contínua, dependente de ajustes técnicos e de uma base de jogadores consistente para que seu ecossistema se sustente no longo prazo. Os servidores, o balanceamento e os sistemas de progressão ainda vão passar por mudanças. É inevitável. Mas a estrutura fundacional está ali, robusta, original e com um nível de ambição que poucos jogos de sobrevivência ousam propor.

“Dune: Awakening” não é uma adaptação confortável, nem acessível a todos. Mas é, com segurança, uma das mais ousadas traduções de um universo literário para o campo dos videogames dos últimos anos. E isso, por si só, já torna a experiência obrigatória para quem busca algo além da superfície.

⭐⭐⭐⭐

Avaliação: 4 de 5.

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