“Kraven, o Caçador” busca explorar as origens de um dos vilões mais icônicos da franquia Homem-Aranha, mas o resultado final é um filme que não consegue aproveitar plenamente o potencial do personagem. Ao optar por uma narrativa rasa, o longa abre mão de desenvolver suas ideias e personagens de forma significativa.
Kraven (Aaron Taylor-Johnson) é apresentado como um herói trágico com poderes sobrenaturais, mas o roteiro insiste em subestimar a inteligência do público. A jornada de vingança contra seu pai, Nicolai Kravinoff (Russell Crowe), deveria ser o coração do filme, mas a execução é apressada e desconexa. Os personagens coadjuvantes são tratados como ferramentas descartáveis, surgindo apenas para cumprir funções pontuais antes de desaparecerem sem impacto algum.
Ariana DeBose, por exemplo, tem sua participação reduzida a um momento irrelevante, enquanto Alessandro Nivola é o único que consegue adicionar um pouco de personalidade ao filme com sua performance. Infelizmente, nem isso é suficiente para salvar uma história que demora mais de uma hora para estabelecer um objetivo claro ou qualquer motivo para o público se importar.
O design dos personagens também deixa a desejar, com escolhas visuais que beiram o risível, como o “homem rinoceronte”. A mistura de um tom genérico de filme de ação dos anos 2000 com uma única cena de violência gráfica mais ousada resulta em uma experiência inconsistente. Embora essa cena tenha algum impacto, ela não compensa o resto do filme, que parece ler superficialmente as fichas dos personagens em vez de oferecer uma história envolvente.
Sem cenas pós-créditos, “Kraven, o Caçador” ainda tenta sugerir uma expansão de seu universo, mas a falta de criatividade e personalidade deixa pouco entusiasmo para futuras produções. O filme não é o pior do gênero, mas carece de identidade e falha em deixar uma marca significativa.
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