Existem filmes que desafiam nossa percepção sobre cinema e narrativas complexas. “La Dolce Villa” não é um deles. Recém-chegado ao catálogo da Netflix, o longa dirigido por Paul Leyden funciona como uma ode romântica às paisagens italianas, ainda que sua história pareça uma desculpa conveniente para nos fazer suspirar diante das colinas da Toscana. Se visto como um entretenimento despretensioso, ele tem seu charme. Se exigirmos mais, encontramos um produto que pouco arrisca.
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A trama gira em torno de Eric (Scott Foley), um empresário americano cuja rotina meticulosamente planejada desmorona ao ser obrigado a viajar para a Itália. Sua missão? Impedir que sua filha gaste uma fortuna reformando uma vila antiga. Mas, como manda o clichê, a cidadezinha ensolarada tem outros planos para ele. Entre encontros fortuitos, trocas de olhares e caminhadas por ruelas de pedra, Eric se descobre envolvido com Sara (Violante Placido), a dona do local, e o que começa como um plano de contenção de danos se transforma em um clichê de auto-descoberta e romance tardio.
A influência dos telefilmes do Hallmark Channel é inegável, e não há problema algum nisso. O gênero tem seu público fiel e segue uma fórmula testada e aprovada. No entanto, “La Dolce Villa” carece de uma cola dramática mais forte. O roteiro, que poderia ao menos tentar conferir mais substância ao protagonista e seus dilemas, escolhe o caminho mais fácil. É tudo previsível: as faíscas românticas entre Eric e Sara, as paisagens deslumbrantes pontuadas por uma trilha sonora inspirada e os conflitos que se resolvem de forma tão harmoniosa que quase parecem inexistentes.
As atuações também oscilam. Scott Foley é carismático, mas não parece completamente à vontade no papel de um homem que deveria estar enfrentando um dilema interno. Violante Placido traz um frescor maior para sua personagem, embora também não tenha muito material para trabalhar. O elenco de apoio se limita a funcionar como figurantes de um sonho italiano idealizado.
O verdadeiro triunfo do filme está na cinematografia. A fotografia usa as locações com eficiência, transformando a vila italiana em um personagem por si só. As cenas ao pôr do sol, os mercados locais e os vinhedos intermináveis são um convite irresistível à contemplação. Se a intenção era vender a idéia de uma escapada romântica para a Itália, “La Dolce Villa” cumpre seu papel com louvor.
No fim das contas, o filme é um daqueles confortáveis e inofensivos para se assistir sem muitas exigências. É o equivalente cinematográfico de um cartão-postal bem produzido: bonito, mas raso. Quem busca um romance envolvente com profundidade emocional talvez não encontre o que deseja aqui. Mas para quem quer apenas passar 90 minutos imerso em um conto de fadas ensolarado, “La Dolce Villa” entrega exatamente o que promete.
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