Dirigido com uma visão claramente inspirada pelos clássicos do gênero de assalto, “Ladrão de Joias: Começa o Assalto” aposta em uma narrativa de gato e rato para construir sua atmosfera de tensão e charme. A proposta é unir ação de alta voltagem, humor leve e reviravoltas constantes, mas a execução oscila entre momentos eficazes e escolhas excessivamente previsíveis.
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O longa apresenta Armaan Malik (Saif Ali Khan) como o arquétipo do ladrão elegante: inteligente, carismático e meticulosamente calculista. Sua contraposição a Vikrant Seth (Jaideep Ahlawat), um criminoso brutal e movido por vingança, estabelece o conflito principal do filme, enriquecido pela presença do obstinado DCP Kabir Raichand (Kunal Kapoor), que busca manter a justiça em um cenário dominado por manipulações e traições.
A direção conduz bem os primeiros dois atos, estabelecendo ritmo ágil e gerando interesse pela colisão inevitável entre os protagonistas. A construção da tensão é feita através de uma série de movimentos estratégicos, que mantêm a história em constante mutação. A utilização de tecnologias como hologramas, túneis e sistemas de segurança infiltrados adiciona uma camada moderna ao tradicional “heist movie”, ainda que, em alguns momentos, a suspensão da descrença seja excessivamente exigida do espectador.
Visualmente, o filme aposta em cenários de luxo e ambientações vibrantes, com uma direção de arte que enfatiza o glamour e a grandiosidade do roubo em questão. No entanto, a fotografia nem sempre sustenta a sofisticação pretendida. Em cenas mais movimentadas, a câmera perde o controle, sacrificando a clareza da ação em favor de cortes rápidos e ângulos estilizados que mais confundem do que impressionam.
Narrativamente, “Ladrão de Joias: Começa o Assalto” se apoia em uma fórmula conhecida: o ladrão veterano realizando “um último grande roubo” enquanto enfrenta inimigos novos e velhos. A previsibilidade é inevitável, mas a execução hábil de alguns momentos — especialmente o embate dentro do cofre e a subsequente fuga por túneis subaquáticos — consegue elevar a experiência. A dinâmica entre Armaan e Kabir, especialmente a admiração mútua entre perseguidor e perseguido, acrescenta uma dimensão emocional sutil que evita que o filme se reduza apenas a uma sucessão de truques e reviravoltas.
O roteiro, embora eficiente em sua estrutura básica, carece de originalidade e profundidade psicológica. O potencial para explorar os dilemas morais entre a justiça formal (representada por Kabir) e a ética pessoal do ladrão (Armaan) é apenas sugerido, mas nunca verdadeiramente desenvolvido. Em termos de personagens, Saif Ali Khan imprime a Armaan um carisma funcional, enquanto Jaideep Ahlawat confere a Vikrant a brutalidade necessária, ainda que em um tom caricatural em alguns momentos. Kunal Kapoor traz solidez ao papel de Kabir, ainda que o roteiro restrinja suas possibilidades dramáticas.
Do ponto de vista técnico, a montagem é funcional, com cortes rápidos que mantêm a energia das cenas, mas ocasionalmente compromete a tensão ao resolver confrontos de maneira abrupta. A trilha sonora, repleta de batidas modernas e motivos tradicionais indianos, cumpre seu papel, embora em alguns momentos se sobreponha à ação visual em vez de complementá-la.
Ao final, “Ladrão de Joias: Começa o Assalto” se configura como um entretenimento leve e movimentado, ideal para os admiradores de histórias de assalto repletas de truques engenhosos e fugas espetaculares. Apesar de tropeçar em clichês e previsibilidades, o filme entrega exatamente o que promete: uma aventura estilosa e veloz, movida por personagens carismáticos e golpes bem coreografados.
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