O grande problema de “Mestres do Assalto” é que, para um filme sobre roubo de carros, há surpreendentemente pouco roubo de carros. O título sugere um thriller de ação acelerado, algo na linha de “Gone in 60 Seconds” ou “Drive”, mas o que temos aqui é um longa que passa tempo demais tentando construir personagens sem personalidade e tempo de menos entregando a adrenalina prometida.
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A direção de Alban Lenoir (conhecido por seu trabalho como roteirista de “Balle Perdue”) segue uma abordagem funcional, mas sem grandes ousadias. Há um esforço evidente para criar um filme de ação estilizado, mas a falta de impacto nas sequências mais intensas e o ritmo irregular comprometem a experiência. O filme demora para engrenar, com uma primeira metade que se arrasta em meio a diálogos pouco inspirados e interações que não acrescentam profundidade aos personagens. Quando a ação finalmente acontece, já estamos cansados demais para nos importar.
A trama parte de uma ideia promissora: funcionários de hotéis de luxo que aproveitam seu acesso a clientes endinheirados para planejar e executar roubos sofisticados. Porém, o roteiro nunca explora totalmente esse conceito, caindo em convenções previsíveis do gênero. O típico “último grande assalto antes da aposentadoria”, o assassino implacável que surge para caçá-los, o romance proibido da protagonista tudo está lá, mas sem a energia necessária para tornar esses elementos envolventes.
O elenco faz o que pode com o material disponível, e Zoé Marchal se destaca como a protagonista, conseguindo equilibrar vulnerabilidade e determinação em meio a um grupo de personagens que dificilmente deixam uma impressão duradoura. Franck Gastambide, por outro lado, nunca parece confortável em seu papel, e os coadjuvantes não passam de caricaturas de heróis e vilões genéricos.
Se há um ponto positivo em “Mestres do Assalto”, ele está na reta final, quando o filme finalmente abraça sua proposta e entrega algumas sequências de perseguição e tensão mais bem construídas. A cinematografia melhora, o ritmo acelera e, por alguns momentos, vislumbramos o filme que poderia ter sido. Mas aí já é tarde demais para compensar a monotonia inicial.
No fim, o longa carece da energia necessária para se destacar no gênero, e seu impacto é passageiro. Não é um desastre absoluto, há algumas boas ideias e momentos isolados que funcionam, mas a execução mediana o torna apenas mais um filme de ação esquecível.
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