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Crítica: “O Verão Que Mudou Minha Vida” (3ª temporada)

É oficial: chegou o fim do verão. Ou, pelo menos, o fim do verão mais idealizado da televisão recente. A terceira temporada de “O Verão Que Mudou Minha Vida” estreia com a difícil missão de encerrar uma história que nunca foi apenas sobre triângulos amorosos, mas sim sobre a fragilidade dos laços quando a vida adulta começa a apertar. E sim, os hormônios ainda estão presentes, mas agora dividem espaço com dúvidas mais pesadas e escolhas que realmente mudam alguma coisa.

Crítica: “O Verão Que Mudou Minha Vida” (3ª temporada)

A série, desde o começo, nunca escondeu suas referências ao universo dos romances adolescentes clássicos. Só que, ao contrário de muitos títulos do gênero, “O Verão Que Mudou Minha Vida” sempre soube tratar o emocional de seus personagens com uma seriedade que ia além dos filtros bonitos e playlists nostálgicas. E é justamente por isso que esta temporada tem um gosto agridoce: ela entrega o amadurecimento que prometeu, mas também evidencia que o verão perfeito só existe até a primeira decepção.

Três anos se passaram e Belly já não é a mesma adolescente de olhos vidrados no pôr do sol de Cousins Beach. A série faz questão de mostrar esse salto temporal como um divisor de águas. A faculdade começa, a vida com Jeremiah parece estável, o passado com Conrad é algo que ela tenta não tocar. Mas, como era de se esperar, basta uma festa, um boato e uma verdade mal contada para tudo desmoronar. E se antes as inseguranças eram sobre qual biquíni usar, agora elas envolvem traições, futuros adiados e a dúvida que sempre rondou: será que ela realmente sabe quem é?

A narrativa ganha força justamente quando coloca Belly num dilema entre seguir seu plano de estudar em Paris ou continuar girando em torno do mesmo relacionamento de sempre. A série acerta ao não entregar respostas fáceis. Belly hesita, se cala, tenta fugir do confronto até ser empurrada para ele com força. E é nessa hesitação que a temporada se sustenta, criando um retrato real de quem ainda tenta descobrir o próprio valor.

Conrad, longe de tudo e de todos, parece finalmente respirando. Enquanto Jeremiah continua sendo aquele cara que sorri bonito mas esconde o caos interno com charme juvenil. O reencontro entre os três é inevitável, mas o roteiro é inteligente o bastante para não transformar isso no único clímax. Há tensão, há ressentimento e, mais que tudo, há amadurecimento. Até mesmo o triângulo amoroso, que sempre foi o motor da série, aqui funciona como pano de fundo para uma pergunta maior: o que resta quando a fantasia do verão acaba?

O elenco segura bem o drama. Lola Tung traz uma Belly mais centrada, mais ferida, mas também mais dona de si. Os diálogos seguem afiados e os momentos silenciosos dizem mais do que qualquer música triste em slow motion. Há também espaço para os coadjuvantes brilharem, como Rain Spencer, que finalmente acerta o tom como a melhor amiga Taylor, perdida entre o certo e o conveniente.

Ainda que algumas situações soem forçadas, como o novo romance de Conrad em San Francisco ou o ritmo acelerado de certas revelações, a temporada encontra seu equilíbrio emocional ao entender que o verão, mais do que uma estação, é um estado de espírito que precisa ser deixado para trás.

“O Verão Que Mudou Minha Vida” encerra sua jornada com a melancolia que toda despedida carrega. Pode não ser o final perfeito para todos, mas é honesto, coerente e emocionalmente verdadeiro. A série talvez nunca tenha sido sobre com quem Belly vai ficar, e sim sobre quando ela vai aprender a escolher a si mesma. E, nesse ponto, ela cresceu. Todos cresceram.

“O Verão Que Mudou Minha Vida”
Criação: Jenny Han
Direção: diversos
Elenco: Lola Tung, Christopher Briney, Rachel Blanchard, Gavin Casalegno
Disponível em: Prime Video (novos episódios às quartas-feiras)

Avaliação: 3 de 5.

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