“I Am Music” (também conhecido como “Music”) é o terceiro álbum de estúdio de Playboi Carti e representa um dos momentos mais controversos de sua carreira. Após cinco anos de espera desde “Whole Lotta Red”, o rapper retorna com um projeto inchado, excessivo e, muitas vezes, desprovido da energia inovadora que definiu sua ascensão. Com 30 faixas e uma duração de 1h17, o disco parece menos um esforço criativo coeso e mais um amontoado de ideias soltas, sustentadas por um hype que supera a substância.
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A produção de nomes como Kanye West, Metro Boomin e Mike Dean sugere um refinamento que raramente se traduz em algo realmente memorável. A influência de subgêneros como o punk-trap e a eletrônica experimental, que marcaram “Whole Lotta Red”, ressurge de forma dispersa, sem o mesmo impacto. Faixas como “Pop Out” dão indícios da direção caótica do álbum, com um sintetizador de sub-baixo saturado e um vocal estridente que se tornam repetitivos ao longo do projeto. O problema central de “I Am Music” é que ele repete os clichês que Carti ajudou a popularizar, sem expandi-los de forma significativa.
Das 30 faixas, poucas se destacam de maneira positiva. “Crush” utiliza uma batida eletrônica densa e samples corais que oferecem uma textura minimamente interessante. “Charge Dem Hoes a Fee” é outra exceção, sustentada por uma produção atmosférica que compensa a performance sem vida do rapper. “Wake Up F1lthy” flerta com uma estética psicodélica, mas sem um desenvolvimento real. Já a faixa “I Seeeee You Baby Boi” se apoia em uma batida envolvente, enquanto Carti assume uma abordagem vocal mais coesa do que no restante do álbum.
Infelizmente, esses raros momentos de brilho são ofuscados por um volume massivo de composições genéricas. “K Pop”, “Fine Shit” e “Cocaine Nose” são apenas ecos vazios de um estilo que antes parecia revolucionário. O quarto final do disco é particularmente desastroso, acumulando faixas que não evocam emoção alguma. Nem mesmo colaborações com Kendrick Lamar, The Weeknd e Travis Scott conseguem salvar um projeto que parece preso a suas próprias limitações.
A maior falha de “I Am Music” está na falta de direção artística. Em vez de expandir as possibilidades de sua sonoridade, Playboi Carti parece mais preocupado em alimentar sua mitologia pessoal do que em criar um disco realmente relevante. O resultado é um trabalho que não só desaponta, mas levanta questões sobre o futuro do rapper dentro do gênero. Se “Whole Lotta Red” foi um marco na evolução do trap experimental, “I Am Music” é um passo atrás, uma coleção de ideias inacabadas que pouco acrescenta à história do artista.
Nota final: 38/100
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