Lançado nos cinemas em janeiro de 2025 e chegando ao catálogo do Prime Video em 2 de março, “Redenção” é um drama baseado em fatos reais que examina as complexidades do perdão em meio ao trauma do terrorismo. Dirigido por Icíar Bollaín, o filme acompanha Maixabel Lasa (Blanca Portillo), viúva de Juan María Jáuregui, um político assassinado pelo grupo separatista ETA. Maixabel, que lidera a Associação das Vítimas do Terrorismo, recebe um pedido de encontro de Luis Carrasco (Urko Olazabal), um dos responsáveis pela morte de seu marido. Paralelamente, Ibon Etxezarreta (Luis Tosar), outro envolvido no crime, enfrenta isolamento e tenta lidar com seu passado.
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A cinematografia destaca a geografia do País Basco com enquadramentos frios e tons opacos que reforçam a atmosfera de melancolia. A direção de fotografia trabalha com planos fechados que intensificam a carga dramática, enquanto a trilha sonora reforça a tensão psicológica dos personagens. O filme utiliza um ritmo narrativo ponderado, valorizando os silêncios e as expressões faciais para comunicar o impacto emocional da trama.
A atuação de Blanca Portillo se sobressai pela sutileza com que transmite o dilema de Maixabel, evitando dramatizações exageradas e conferindo realismo à personagem. Luis Tosar e Urko Olazabal também apresentam performances contidas, que refletem o peso de suas ações e a tentativa de lidar com as consequências de seus atos.
O roteiro adota uma abordagem introspectiva, focando no processo interno dos personagens em vez de aprofundar o contexto sociopolítico do conflito basco. A escolha narrativa prioriza a jornada individual dos envolvidos, mas limita a compreensão do espectador sobre as dinâmicas históricas e estruturais que levaram ao embate entre o ETA e o Estado espanhol. A ausência de um desenvolvimento mais amplo da questão separatista resulta em um viés que pode simplificar excessivamente o cenário político.
A estrutura do filme segue convenções do drama biográfico, enfatizando diálogos pausados e encontros carregados de tensão emocional. Contudo, a insistência em humanizar os ex-militantes sem uma análise crítica mais aprofundada pode transmitir uma visão parcial dos eventos.
“Redenção” é um filme tecnicamente competente, com direção precisa, atuações refinadas e uma construção visual que reforça seu caráter contemplativo. No entanto, sua abordagem seletiva limita a compreensão do conflito basco e pode frustrar espectadores que buscam uma contextualização histórica mais robusta. Como um estudo sobre perdão e reconciliação, o longa cumpre seu papel, mas carece de maior profundidade ao tratar das dinâmicas sociopolíticas envolvidas.
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