Desastres naturais têm o poder de expor tanto a fragilidade humana quanto nossa capacidade de resistência. “Tornado: Joplin em Ruínas” busca equilibrar essas duas faces em um relato documental que alterna entre o choque da destruição e a força daqueles que sobreviveram. Com imagens reais e depoimentos impactantes, o filme reconstrói os eventos do dia 22 de maio de 2011, quando um dos tornados mais letais da história dos Estados Unidos devastou a cidade de Joplin, Missouri.
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A direção acerta ao manter um foco humano, priorizando relatos pessoais em vez de mergulhar excessivamente em estatísticas ou dramatizações artificiais. A escolha de mesclar vídeos amadores gravados no calor do momento com entrevistas atuais oferece uma visão crua e autêntica da catástrofe. Quando as sirenes ecoam e o céu escurece, o espectador é lançado diretamente para dentro da tempestade, sentindo o peso da incerteza e do medo que assolou os moradores.
O documentário também se destaca ao retratar o impacto emocional prolongado. Os formandos, cuja celebração foi abruptamente interrompida pela chegada do tornado, oferecem relatos carregados de vulnerabilidade e resiliência. Contudo, por mais tocante que seja essa abordagem, a narrativa por vezes patina ao repetir os mesmos pontos emocionais, esticando o impacto dramático sem adicionar profundidade significativa.
Visualmente, a produção utiliza com eficiência as imagens de câmeras de segurança e vídeos de celulares, tornando-se um testemunho audiovisual visceral. No entanto, algumas sequências soam excessivamente manipuladas, com trilhas sonoras carregadas que buscam guiar a emoção do espectador de maneira pouco sutil. Esse artifício, embora comum em produções do gênero, acaba enfraquecendo a força dos depoimentos por si só.
Em comparação com outras produções da Netflix sobre desastres naturais, como “Volcano: Rescue from Whakaari”, “Tornado: Joplin em Ruínas” se mantém digno. Ainda assim, o documentário poderia ter aprofundado as consequências políticas e sociais do desastre, ampliando a discussão sobre a preparação e resposta a eventos climáticos extremos. Em vez disso, opta por uma abordagem mais segura e emocional.
Para quem busca uma experiência imersiva e emocionalmente carregada, o filme cumpre seu papel. Mas para aqueles que desejam uma análise mais aprofundada das falhas sistêmicas e das implicações climáticas, a sensação pode ser a de que uma tempestade passou, mas o esclarecimento completo nunca chegou.
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