“Until Dawn: Noite de Terror” adapta para o cinema o popular jogo homônimo, propondo uma experiência que busca emular a atmosfera de imersão do material original. Na trama, um grupo de adolescentes retorna a uma cabana isolada em Blackwood Mountain, no Canadá, um ano após o misterioso desaparecimento de duas irmãs gêmeas. O que deveria ser um feriado comum rapidamente se transforma em um pesadelo, quando um serial killer passa a caçá-los. O filme combina o terror slasher tradicional a elementos narrativos que simulam o conceito de escolhas e consequências característico do jogo.
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Visualmente, o longa recorre a uma coleção de imagens familiares ao repertório do horror: bonecas macabras, palhaços, florestas sombrias, cadeiras de balanço rangendo, figuras rastejando pelo chão e olhos demoníacos artificiais. Esta repetição de códigos visuais, embora eficiente em construir uma ambientação reconhecível, enfraquece a identidade do filme ao confiar excessivamente em clichês. A atmosfera criada, embora funcional em termos de gênero, carece de originalidade e reforça a sensação de déjà vu.
A narrativa também enfrenta limitações. Apesar de incorporar um elemento de loop temporal, adicionando uma camada de complexidade ao slasher padrão, a repetição constante de eventos torna o ritmo previsível e, em certos momentos, tedioso. O conceito de reviver a mesma noite múltiplas vezes possui potencial, mas carece de desenvolvimento mais sofisticado para manter a tensão elevada e evitar a exaustão do espectador.
Ainda assim, “Until Dawn: Noite de Terror” apresenta momentos de diversão genuína. As cenas de morte são criativas, com boa execução de efeitos práticos e soluções visuais inventivas. O uso de sangue é gráfico, porém equilibrado dentro da proposta do filme, contribuindo para um tom que combina humor macabro e brutalidade estilizada. Em termos de entretenimento puro, o longa consegue se sustentar como um passatempo eficiente, especialmente para fãs de terror que buscam um título despretensioso.
A caracterização dos personagens, no entanto, é um dos pontos mais frágeis da obra. Sem desenvolvimento consistente, o elenco funciona mais como peças descartáveis dentro da lógica do gênero do que como figuras capazes de gerar empatia. Essa superficialidade compromete o impacto emocional das mortes e reduz o envolvimento do público com a trama.
Em relação à adaptação do jogo, a ligação com o material original é tênue. O filme altera conceitos fundamentais, como a caracterização dos Wendigos, o que pode frustrar quem espera uma tradução fiel. A escolha de distanciar a narrativa do jogo original gera uma desconexão perceptível, fazendo com que a associação a “Until Dawn” funcione mais como uma estratégia comercial do que como uma extensão criativa autêntica.
“Until Dawn: Noite de Terror” é um filme que, embora repleto de clichês visuais e estruturalmente limitado, oferece momentos de diversão pontual. Sua tentativa de misturar terror slasher clássico com mecânicas narrativas inspiradas em jogos de escolha resulta em um produto que, mesmo sem grande originalidade ou profundidade, pode agradar ao público que busca apenas uma experiência rápida, sangrenta e criativamente caótica. A falta de ligação consistente com o jogo original e a superficialidade dos personagens, contudo, reduzem seu impacto duradouro.
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