A cantora Danny Bond está de volta com seu novo álbum, “EPica2“, um projeto que mescla todas as suas influências musicais, passando pelo pop, hip hop, música eletrônica e brega funk, sem esquecer suas raízes no Jacintinho, bairro de Maceió. O disco não só reflete a sonoridade da favela, como também traduz as múltiplas identidades da artista, que carrega em suas músicas a força de sua trajetória como a primeira travesti negra a liderar o iTunes Brasil em cinco ocasiões.
Para Danny, este álbum representa um recomeço. “É como se eu tivesse começando do zero de novo”, afirma. A sensação de estar de volta ao início foi reforçada pelo processo de gravação, que aconteceu em grande parte de forma remota, a partir de seu quarto, com o produtor PZZS. A cantora revela que, apesar das conquistas que já acumulou, este projeto a reconecta com suas origens como artista, uma jornada de resiliência e autossuficiência. “O álbum já alcançou 90 mil streams, e nem fez uma semana que lancei. Nas letras, eu trouxe o que meus fãs pediam: a Danny Bond do velho testamento, sem filtros!“
O processo criativo foi intenso. Danny conta que o álbum foi produzido em um mês, com várias faixas passando por diversas versões até alcançar a forma final. “Eu já tinha escrito algumas letras, porque gosto de escrever quando viajo e deixo guardado. Daí, junto com meu produtor, levantamos as referências, e então eu mandei muitos áudios explicando como queria.” Um dos maiores desafios, segundo ela, foi trazer os ritmos de reggae, muito populares em Maceió, para um público nacional que não está tão acostumado com essa sonoridade. “Queria de todo jeito mesclar com funk e pop, para manter a alma do álbum, sem deixar de agradar ao gosto popular.”
Ao longo da produção, PZZS foi um parceiro essencial para garantir a coesão do álbum, mesmo com a diversidade de produtores envolvidos. “Ele fez a mix e master de todas as faixas, mesmo as que não produziu, pra gente conseguir manter o álbum com a mesma linguagem”, diz Danny. O resultado é uma obra que mantém a personalidade da artista enquanto dialoga com o público de maneira ampla, sem perder sua essência.
Danny reflete sobre essa nova fase de sua carreira, sentindo que está mais no controle de todos os aspectos de sua música. “Me sinto agora realmente com uma produção!” Além disso, ela reconhece a importância do apoio da comunidade LGBTQ+ ao longo de sua jornada, ressaltando como a aceitação e o carinho a ajudaram a crescer como artista e pessoa.
Para ela, “EPica2” marca não apenas uma evolução musical, mas também uma reafirmação de seu papel como ícone da resistência e visibilidade trans no Brasil. “Eu saí de um lugar que não tinha nada. A visão de um futuro como o meu hoje era apenas um sonho muito distante. Agora são seis vezes no topo do iTunes, além de colocar o álbum também em 1º!”
A cantora também destaca a colaboração com produtores em ascensão, como Clementaum, Dry, DJ RaMeMes e CyberKills, que ajudaram a moldar o álbum de forma única. A parceria com PZZS foi um ponto de virada, inspirada por influências como o álbum After de Pabllo Vittar. “Ele trouxe exatamente o que eu queria, e os outros produtores compraram a ideia de beats fortes, mantendo a minha personalidade”, explica Danny.
“EPica2” é uma narrativa autêntica, sem pudores, onde Danny Bond se apropria de suas múltiplas identidades e experiências. Ela espera que seus fãs sintam a força da “Danny Bond do velho testamento”, a artista que fala sem filtros, e que se joguem junto com ela nessa nova fase. “Ferver também é revolucionar, a gente pode fazer tudo e falar de tudo! E Danny Bond é isso: sem filtros, do beco no Jacintinho pro Brasil todo!”
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