A DJ e comunicadora Tamy tem acompanhado de perto as transformações na cena musical brasileira e destaca o impacto direto da internet na forma como a música é produzida e consumida. Segundo ela, a velocidade com que novos lançamentos chegam ao público alterou não só o ritmo da indústria, mas também os critérios de qualidade.
Morrissey fará show no Brasil em novembro

“Hoje as coisas estão sendo lançadas muito rápidas, toda hora tem música, toda hora tem alguém novo”, afirma. Com o acesso facilitado à produção musical, ela observa também uma queda nos cuidados técnicos: “Tem muita gente fazendo de qualquer jeito… não tá se preocupando com uma boa mix, com uma boa master”.
Tamy também chama atenção para o uso da representatividade como discurso no mercado. Para ela, há um distanciamento entre a pauta e sua prática real. “Eu acho que eles não entenderam isso genuinamente, sabe? Veem como uma pauta necessária, mas não sei se é genuíno na totalidade”, avalia.
Apesar do cenário, Tamy segue atuando como referência para outras mulheres na música. “Não é importante estar só eu, é importante a Laís Conti estar, é importante a Jacquelone estar… é importante a minha sobrinha ver que é possível ela também estar aqui”. Ela afirma que sua trajetória mostra que há espaço, ainda que conquistado com resistência. “Eu sou literalmente o retrato de alguém que venceu”.
A DJ também destaca que seu trabalho carrega marcas pessoais e afetivas. “Eu sou muito da paz, eu sou muito do amor… isso é o que as pessoas me dizem sobre mim”. Essa abordagem, segundo ela, molda sua entrega. “Acaba trazendo muito amor, verdade e afeto”.
A partir de sua vivência, Tamy sustenta que representatividade não deve ser encarada como tendência, mas como pilar estrutural para o futuro da música brasileira.