Zudizilla está vivendo um novo tempo. No dia 20 de julho, o palco do Blue Note, em São Paulo, vai receber não apenas um show, mas uma síntese poderosa do que foi, do que é e do que ainda será a trajetória desse artista que transforma rima em roteiro e disco em cinema. A apresentação mergulha no repertório da trilogia “Zulu” e também abre espaço para novas experimentações, agora com o jazz como aliado definitivo.
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“Esse show me ajuda a consolidar o que eu vou abordar daqui pra frente”, explica. “Ele mostra o quanto a minha arte pode ser plural”.
A trilogia que o público verá em cena nasceu quase por acaso, como o próprio artista conta. “Fazer uma trilogia não era o meu foco, mas eu tinha muita música construída e precisava dar um destino pra elas”, relembra. Foi ao assistir à trilogia da Vingança, começando por Old Boy, que Zudizilla teve o estalo. Três discos. Três atos. Uma narrativa que já existia dentro dele, “se auto-construía, se auto-intitulava”.
“Eu queria ter lançado tudo em dois anos, mas a pandemia e a vida bagunçaram o plano”, conta. A ideia inicial era lançar os três volumes rapidamente, solidificar o nome em São Paulo e voltar a Pelotas, sua cidade natal, com um currículo imponente. Mas a cidade o reteve. E, mais do que isso, o transformou.
“Nunca me vi morando em São Paulo. Eu achava que não teria capacidade. Mas o tempo mostrou que era aqui que eu precisava estar”.
Entre 2019 e 2023, nasceram os três volumes da trilogia “Zulu”, todos acompanhados por curtas-metragens e por uma estética que desafia rótulos. Mas o tempo entre eles, ainda que não planejado, se revelou estratégico. “O tempo entre os lançamentos me permitiu colocar músicas que falavam com o tema e que eram contemporâneas ao momento do disco. Isso fez toda a diferença”.
A construção foi cuidadosa. “De todas as trilogias, eu fui o mais bem-sucedido em manter a estética, o caráter de uma trilogia mesmo”, afirma com firmeza. “Eles funcionam juntos e funcionam sozinhos. Eles conversam entre si. Isso não é comum”.
No palco do Blue Note, Zudizilla não estará só. Acompanhado por uma banda com nomes como Gabriel Gaiardo, Julio Lino, Amanda Cunha, DJ Nyack, Lucas Gomes, Jorginho Neto e Pé Beat, ele conduz o espetáculo com uma força que já conquistou palcos como o do Lollapalooza 2025. Lá, seu show foi classificado como um dos cinco melhores do festival, entre artistas do mundo todo.
“Nosso time ganhou elementos que fizeram o show musicalmente subir de patamar umas cinco vezes”, destaca. “É um show impactante. Quem gosta do Azymuth não vai perder nada assistindo a gente. Quem nunca me ouviu, vai ficar em choque”.
O Blue Note, com sua curadoria exigente e público fiel, também carrega uma carga simbólica. “É um dos lugares mais importantes do mundo de se pisar”, diz. “Não tem o que fazer, quer curtir uma noite boa, um drink bom, cola no Blue Note que vai ter alguma coisa boa com certeza pra tu observar”.
Mais do que um espetáculo, esse show é também rito de passagem. Em novembro de 2024, Zudizilla lançou o EP “Le Fauve”, um ponto de partida para sua nova fase como produtor. Inspirado no expressionismo e imerso no R&B, o projeto marca o fim da trilogia e o começo de uma nova estética. “Agora eu tenho o desafio de sair desse personagem, dessa narrativa, pra construir novas poéticas”.
E esse caminho passa, sem dúvida, pelo jazz. “Antes a gente se olhava. Agora eu e o jazz andamos de mãos dadas. Eu sei que domino esses três lugares: o jazz, o rap e a produção”. Para ele, levar o jazz de volta à rua é parte de uma missão artística. “A gente devolve o jazz pro marginal, a gente devolve o jazz pra rua, porque é de lá que ele vem, é lá que ele tem que soar”.
Tocar para o público do Blue Note também tem seus desafios. Muitos estarão ali pela casa, não necessariamente por ele. E isso não o intimida. “Eu sei da qualidade do que a gente faz. Sei da competência da minha equipe, da minha assessoria, dos meus músicos. A gente merece esse olhar, merece esse espaço”.
“Esse show é pra impactar. É pra mostrar o que a gente faz de verdade”.
O que Zudizilla faz é difícil de categorizar, mas impossível de ignorar. É música com sangue, suor e cinema. É discurso sem concessão. É poesia em alto-falante. No palco do Blue Note, ele encerra um ciclo com a grandeza de quem já sabe onde pisa. E abre outro com a coragem de quem quer reinventar o próprio caminho.
Serviço
Zudizilla no Blue Note SP
Data: 20 de julho
Horário: 19h
Local: Blue Note
Endereço: Avenida Paulista, 2073, 2º andar – São Paulo
Ingressos: disponíveis em www.eventim.com.br/event/zudizilla-blue-note-sao-paulo-20239572/
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