O mercado audiovisual viveu um ano decisivo em 2025. O comportamento do público mudou de forma tão profunda que muitas respostas fáceis deixaram de existir. A disputa entre o sofá de casa e a tela gigante ganhou contornos mais complexos e reveladores, especialmente porque o streaming se consolidou como o formato dominante de consumo de vídeo, sem esvaziar totalmente o valor cultural da experiência cinematográfica.

As pesquisas globais confirmam essa virada. Nos Estados Unidos, 46% dos entrevistados demonstraram preferência por assistir filmes em casa via streaming, enquanto somente 15% demonstraram interesse pela ida ao cinema. A lógica se repete em outros mercados. No Brasil, um levantamento do Itaú Cultural mostrou que 87% dos brasileiros acessaram plataformas de vídeo sob demanda em 2025, um salto expressivo que transforma hábitos e pressiona o setor a repensar estratégias.
O que está por trás desse comportamento é simples de identificar, ainda que complexo de reverter. A conveniência reina de maneira absoluta. O espectador decide o horário, o ritmo, o ambiente e até a companhia. Gerações mais jovens, especialmente Gen Z e Millennials, incorporaram o streaming à rotina com tanta naturalidade que o ato de “dar play” virou extensão da vida diária. É consumo constante, fragmentado quando necessário, expandido quando o roteiro prende atenção. O streaming virou hábito. E hábito, no mundo do entretenimento, sustenta qualquer revolução.
Ainda assim, reduzir o cinema a um espaço obsoleto seria ignorar dados importantes. O mercado cinematográfico brasileiro teve crescimento de público e renda no primeiro semestre de 2025, mostrando que a tela grande preserva sua força cultural e continua a mobilizar comunidades inteiras quando o filme certo encontra o momento certo.
A força do streaming em 2025
O consumo diário explica parte desse domínio. Em média, as pessoas dedicaram 1h22 por dia à TV online ou ao streaming em 2025, ampliando o espaço para maratonas, descobertas e recomposição de rotinas de lazer. É uma dinâmica impulsionada pela vida moderna, que exige flexibilidade, mas também pela evolução das plataformas, cada vez mais hábeis em recomendar conteúdos que falam diretamente com o usuário.
A Gen Z reforça essa engrenagem. O tempo gasto por esse público em formatos híbridos, que vão de vídeos curtos a longas-metragens, supera o resto da população em cerca de 50 minutos diários. É um comportamento que redefine storytelling. Histórias precisam prender rápido, adaptar-se ao ritmo digital e competir com múltiplas telas.
Para empresas e criadores, esse cenário exige narrativas mais compactas, personalizadas e estrategicamente distribuídas.
Com o mercado global de streaming avaliado em 157,71 bilhões de dólares em 2025, a tendência aponta para um crescimento contínuo e agressivo na busca por atenção.
A reinvenção do cinema
Ao mesmo tempo, o cinema vive um movimento de reinvenção. O setor projeta 34 bilhões de dólares em receita global em 2025 e uma taxa de crescimento anual de 4,92% até 2032. Uma curva sustentável que só existe porque a tela gigante oferece algo que o streaming não consegue replicar: experiência coletiva.
A força dos blockbusters continua imbatível. Títulos construídos para o impacto sensorial, como o esperado “Avatar 3”, movimentam especialmente públicos jovens, que buscam imersão e espetáculo. Tecnologias de sala, formatos premium e eventos especiais transformam a ida ao cinema em um acontecimento.
Nenhum símbolo dessa evolução se destaca mais do que o Las Vegas Sphere. Avaliado em 2,3 bilhões de dólares, o espaço elevou o audiovisual a outro patamar com sua tela envolvente em 16K e projeções 4D que incluem vento e aromas. A exibição de “The Wizard of Oz” em 2025, com mais de 127 mil ingressos vendidos, comprovou que o público responde com entusiasmo quando o cinema oferece algo que a sala de casa jamais entrega.
O Sphere é a tradução física do que o setor tenta comunicar: inovação, imersão e espetáculo.
Como esses dois mundos se equilibram
O contraste entre número diário de horas dedicadas ao streaming e a natureza eventística do cinema ilustra a convivência dos formatos. O streaming domina pela constância; o cinema resiste pela intensidade. Um se consolida como hábito, o outro se reafirma como ritual.
Essa combinação sustenta um cenário em que modelos híbridos começam a se tornar estratégica obrigatória. Lançamentos exclusivos em salas, seguidos por janelas curtas até o streaming, criam repercussão, ampliam receita e prolongam a vida comercial de uma obra em múltiplos ecossistemas.
Empresas, escolas, produtoras e marcas que trabalham com audiovisual já perceberam que a comunicação de 2025 depende dessa coexistência.
O que as tendências de 2025 revelam
• O streaming dita ritmo, frequência e forma de consumo, graças à acessibilidade e ao volume diário de engajamento.
• O cinema cresce quando se posiciona como experiência e quando entrega magnitude emocional e tecnológica.
• Modelos híbridos ampliam alcance e receita, criando jornadas de consumo mais completas.
• A Gen Z remodela narrativas, impulsionando formatos curtos e integrados às redes sociais.
O futuro do storytelling
Essas mudanças não representam uma disputa que precisa de vencedor. Representam um convite. O setor audiovisual entrou em uma era em que narrativas fluem por diferentes telas, formatos e intensidades. Histórias se expandem, se desdobram, se adaptam e sobrevivem porque encontram públicos distintos em momentos distintos.
O espectador de 2025 transita das maratonas no streaming à magia da sala escura com naturalidade. Esse equilíbrio cria terreno fértil para inovações e abre espaço para repensar como contar histórias de um jeito que conecte, emocione e permaneça.
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