A série documental “Bob Burnquist: A Lenda do Skate” mergulha profundamente na trajetória de um dos maiores nomes do skate brasileiro, Bob Burnquist. Com quatro episódios, a série estreou na Max e no canal HBO em 13 de agosto, com novos episódios lançados toda terça-feira às 21h. A produção, que combina momentos emblemáticos da carreira de Burnquist com imagens raras dos bastidores, gentilmente cedidas pelo próprio acervo pessoal do skatista, oferece uma visão íntima e envolvente da vida de um dos maiores atletas radicais de todos os tempos.
Além das cenas de Burnquist em ação, a série traz depoimentos de outras lendas do skate, como Tony Hawk, Danny Way, Jake Brown, Lance Mountain e Christian Hosoi, que compartilham suas próprias histórias e a influência que Bob exerceu sobre suas vidas e carreiras. O maior vencedor da história dos X-Games, com 30 medalhas, sendo 14 de ouro, Burnquist acumulou dez títulos mundiais em sua carreira, mas sua influência vai muito além das competições. Como todo grande esportista, ele se aventurou fora das pistas, tornando-se também artista plástico, piloto de avião e helicóptero, além de nutrir uma paixão por saltar de paraquedas. Essa multiplicidade de talentos é explorada na série, que retrata não apenas o atleta, mas o homem por trás da lenda.
O skate tem uma história rica e significativa no Brasil, um país onde o esporte encontrou solo fértil para crescer e se desenvolver, apesar das dificuldades iniciais. Surgido nas praias da Califórnia nos anos 1960, o skate chegou ao Brasil na década seguinte, e logo se espalhou pelas ruas e pistas improvisadas nas cidades. O esporte, inicialmente marginalizado e visto com desconfiança, conquistou um público fiel e apaixonado, especialmente entre os jovens das periferias, que encontraram no skate uma forma de expressão e de escape das dificuldades do cotidiano. O reconhecimento oficial do skate como esporte olímpico em 2016 marcou um ponto de virada, consolidando o Brasil como um dos grandes celeiros de talentos da modalidade, com skatistas brasileiros conquistando títulos e respeito internacional.
Bob Burnquist é, sem dúvida, um dos nomes mais ilustres dessa história. Nascido no Rio de Janeiro e criado em São Paulo, Bob começou a andar de skate ainda criança, fascinado pelas possibilidades que a prancha de quatro rodas oferecia. Sua carreira decolou rapidamente, com vitórias em competições locais e internacionais, mas foi nos X-Games que ele realmente se consagrou. Com 30 medalhas, sendo 14 de ouro, Bob se tornou o maior vencedor da história do evento, conhecido por suas manobras inovadoras e por seu estilo único. Além das conquistas nas competições, Bob também é conhecido por seu espírito pioneiro, sendo o primeiro skatista a realizar o “looping” com um “gap“, uma manobra que exigiu coragem e precisão extremas. Fora das pistas, ele se envolveu em projetos sociais e ambientais, utilizando sua fama para promover causas importantes. A série documental captura essa jornada extraordinária, oferecendo um vislumbre das inúmeras camadas que compõem a lenda viva que é Bob Burnquist.
Durante a coletiva de imprensa, Burnquist refletiu sobre o impacto do skate e do documentário na nova geração: “Eu só espero que, assim como fui inspirado por outros, eu possa inspirar mais pessoas, independentemente de serem skatistas ou não. A ideia é que as pessoas assistam e, talvez, em um momento difícil, encontrem motivação para continuar com seus projetos. Se eu puder inspirar alguém a dar continuidade ao que está fazendo, já valeu a pena“, compartilhou Bob, destacando a importância de perseverar, mesmo diante das adversidades.
Pedro Uziri, co-roteirista da série, também falou sobre a conexão entre a trajetória de Bob e a história do skate no Brasil. “Foi um processo muito intenso de trabalho, desde a pesquisa até a decupagem de um acervo enorme do Bob. A série fala muito sobre as fraturas, tanto físicas quanto emocionais, que fazem parte da vida de um skatista. A trajetória do Bob, que começou nas piscinas de São Paulo, reflete essa realidade, mas também mostra como ele sempre carregou o Brasil consigo, mesmo em sua jornada internacional“, comentou Uziri.
Confira o recado especial de Bob e do co-roteirista Pedro Urizzi para os leitores do Caderno Pop:
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