A faixa “Criminal”, de Ella & The Pepperjuice com participação de Xamã (“Malvadão 3”), JS O Mão de Ouro (“Tudo Ok”) e o rapper francês Franglish ganha um videoclipe nesta sexta-feira (6). O áudio já havia sido lançado anteriormente, em abril, e é parte da trilha sonora do filme “Me Tira da Mira”, estrelado por Cleo. Para o audiovisual, o time de peso uniu cenas filmadas em São Paulo e em Paris. A atmosfera buscada foi a de filmes de máfia, combinando com a temática da canção, e cheia de sensualidade. “A gente traz referências fashion, uma coreografia incrível e a vibe obscura que a música pede”, conta Ella. O stylist Anderson Vescah, que já vestiu nomes como Isis Valverde, Adriane Galisteu, Nanda Costa e Andréa Beltrão foi o responsável pelos looks da vocalista.
A cantora também revela que o trabalho procura trazer uma mensagem de empoderamento feminino, pois as mulheres são, muitas vezes, vistas como “criminosas” – de forma negativa – pela sociedade quando escolhem dançar como querem, viver como desejam.
Ella & The Pepperjuice é um grupo musical composto por Ella, Solberjum e Feynris. A cantora é brasileira e mora na Noruega. Os DJs e produtores são franceses e também trazem bagagens culturais diferenciadas, que vão de uma vibe caribenha até inspirações nos guetos de Paris. Ou seja, fazem um som global baseado em um pop bastante eclético, com influência de diversos ritmos, como funk, urbano, hip hop, trap, eletrônico e outros. “Criminal” é seu trabalho de estreia. Confira nosso bate-papo com Ella:
Ella, de que forma foi importante para você que a primeira música do grupo tivesse trechos em português? Como você encara essa pluralidade de referências?
Essa pluralidade foi super importante. Nem é somente sobre a primeira música ter trechos em português, mas sobre todas terem algum tipo de conexão com o Brasil, seja no idioma ou na sonoridade. Já fiz isso com o norueguês também. Sempre tento trazer referências dos países de onde venho, assim como os meninos do Pepperjuice. Esses lugares nos trouxeram para onde estamos. Quando decidi cantar pop, ainda achava que faltava algo e com Pepperjuice compreendi que preciso dessa multiplicidade, senão me sinto incompleta. A nossa música nos completa. Aliás, normalmente componho em inglês, mas ‘Criminal’ me veio primeiro em português.
Como foi para o grupo estrear ao lado de nomes tão conhecidos quanto Xamã, JS O Mão de Ouro e o rapper francês Franglish?
Toda a história dessa música foi um processo longo e incrível. Tudo começou há dois anos, nem sabíamos que seria o primeiro single – mas eu torcia para isso – e o pessoal do filme “Me Tira da Mira” escolheu a faixa por sentirem uma conexão com o enredo. Quando os outros cantores entraram, a música mudou e cresceu ainda mais! O JS veio para a produção e trouxe uma brasilidade muito incrível para a música. Depois vieram Xamã e Franglish e foi um sonho. Ficamos muito emocionados e felizes com todas essas parcerias.
Como foi o processo criativo do videoclipe?
O processo do clipe foi corrido, mas super legal. Amo estar envolvida nessa parte criativa e sempre tive uma ideia do que queria na estética do clipe, algo mais dark, como a música pede. Começamos a pensar sobre quando eu ainda estava na Noruega. A coreografia era um elemento muito importante, começamos por ela e isso deu uma noção do resto. Mandei referências para o Quéops (coreógrafo) e ele super entendeu o que eu queria, escolhemos algo mais complexo. Os dançarinos foram ótimos e foi tudo maravilhoso. Quando conheci o Vescah, stylist, conversei com ele sobre minhas referências – sou apaixonada por high fashion, por estar no limite do estranho com o fashion – e tivemos uma troca excelente.
Qual é a principal mensagem que vocês desejam passar com “Criminal”?
A principal mensagem com ‘Criminal’ é um grande dane-se para as regras que a sociedade impõe sobre o que uma mulher deve ou não ser ou fazer. Vamos nos empoderar! Pensei muito nas mulheres que têm filhos e são julgadas quando saem para dançar e se divertir, o que não ocorre com os homens. É sobre isso: se empoderar desse lugar de ser taxada como ‘criminosa’ em uma sociedade que incrimina tudo que não é vantajoso para o machismo que vivemos todos os dias. Fui criada por mulheres extremamente fortes e quis ilustrar isso, trazer força para outras mulheres.