A primeira temporada da série ‘Encantado’s’ vai ocupar as noites de terça-feira na tela da TV Globo, após a novela das nove, a partir de 2 de maio. Sucesso no Globoplay, a trama – criada por Renata Andrade e Thaís Pontes e escrita por elas com Chico Mattoso e Antônio Prata, que assinam a redação final e, com direção artística de Henrique Sauer – gira em torno dos irmãos Ponza, Olímpia (Vilma Melo) e Eraldo (Luis Miranda), que herdaram do pai um supermercado e uma escola de samba da série D do Rio de Janeiro, ambos funcionando em um mesmo espaço no subúrbio da cidade.
Com personalidades distintas e objetivos diferentes – ela, na missão de gerir o negócio que dá sustento à família, e ele, mirando um título no Carnaval – a dupla protagoniza momentos cômicos e cheios de afeto junto ao grupo de personagens que, de dia, ocupa suas funções no mercado e, à noite, brilha nos ensaios da agremiação. A história se passa no subúrbio do Rio de Janeiro, mas poderia ser vivida em qualquer outro lugar onde há intensa circulação de pessoas, calor humano, mistura de afetos e negociações constantes que se dão em meio a um fluxo urbano cortado pelos trilhos do trem.
Enquanto se ocupam dos preparativos para a gravação da segunda temporada, autores, diretor artístico e elenco celebram a chegada da primeira temporada da série à TV. “Ver o ‘Encantado’s’ ganhando um alcance ainda maior é a razão maior da minha ansiedade. Estou curiosíssima pra saber como o grande público da TV Globo vai receber a nossa série. Acredito muito na conexão que as pessoas terão com aqueles personagens, com os dois universos (o samba e o mercado), com as vivências e com as histórias que contamos ali. Mal posso esperar pra botar o nosso bloco na rua”, anseia a criadora e autora da série, Renata Andrade.
Para Antonio Prata, a série lida com as coisas que o Brasil tem de melhor: Carnaval, uma de nossas manifestações culturais mais importantes, e a fé, não só aquela religiosa, mas a fé na vida, de que as coisas vão ser melhores amanhã. “Tem essa coisa bacana, que une Apollo e Dionísio, o trabalho daquelas pessoas – no Carnaval, elas trabalham muito duro, são os verdadeiros CDFs da folia – então, acho que a gente consegue captar esses aspectos. Além disso, geralmente dizem que as séries são sobre ambiente de trabalho ou família. E ‘Encantado’s’ pega os dois mundos porque é um ambiente de trabalho familiar e isso é uma coisa bem brasileira, de se romper os limites”.
Chico Mattoso concorda que a brasilidade é um diferencial e ressalta a referência que as séries de humor têm para os lares brasileiros: “São personagens profundamente brasileiros, vivendo conflitos e situações que falam pra todo mundo, que são universais”.
Também criadora e autora da série, Thais Pontes completa: “Vai ser muito bom ver como será na TV aberta, que é esse holofote que atinge milhares de pessoas, tudo isso enquanto estamos nesse processo de gravação da segunda temporada. É muito emocionante perceber que o público se viu na tela porque era exatamente isso que queríamos”.
Para o diretor artístico Henrique Sauer, poder compartilhar o trabalho com mais pessoas gera ânimo. “Essas características de identificação com quem assiste e a alegria da obra em si conectam as pessoas e nos sentimos muito felizes de poder dividir essas histórias e afetos com um público maior. E, na segunda temporada, os textos estão ótimos. Queremos pegar tudo de bom que fizemos na primeira e dobrar a aposta, seguindo com aquilo que a gente acredita e construiu”, comenta, já de olho no futuro.
Em ‘Encantado’s’ as tramas se fecham a cada episódio, mas são cercadas pela narrativa principal da relação conflituosa e pitoresca entre os irmãos. Conectados pelos laços sanguíneos e pelo amor que os une, os dois vivem encontros e desencontros na tentativa de conciliar suas distintas maneiras de seguir seus sonhos.
Com um elenco afinado, Encantado’s e Joia do Encantado coexistem e nos apresentam personagens com características semelhantes aos parentes e amigos de vizinhança com os quais convivemos, sempre acreditando que o dia seguinte vai ser melhor. “Enquanto pessoa preta eu me sinto representada e privilegiada em me ver na tela – quando eu falo em me ver, digo em relação aos meus pares. Eu acho que é assim que as pessoas pretas e suburbanas vão se sentir. Estamos falando de pessoas reais, pessoas que existem, como uma tia, uma mãe, uma amiga. E temos uma lente de aumento para aquilo. A escola de samba nada mais é do que o reduto cultural daquelas pessoas. Então o subúrbio você vê ali na tela presente e representado”, comenta Vilma Melo, que interpreta a solteira e empreendedora Olímpia.
Ao contrário da irmã, Eraldo (Luis Melo) é casado com a aspirante a influencer Maria Augusta (Evelyn Castro) e pai de Melissa (Ramille), e tem no puxador e puxa-saco Leozinho, seu fiel escudeiro. Enquanto dona Ponza (Dhu Moraes), a matriarca da família, tem preferência por ele entre os filhos, tia Ambrosia (Neusa Borges), morre de amor e orgulho pelo neto FlashBlack (Digão Ribeiro). O segurança do Encantado’s é quem dá o tom à bateria da Joia, mas em matéria de amor, não acerta o compasso com Pandora (Dandara Mariana), a nova caixa do estabelecimento. Por isso, a bem resolvida e “pegadora” Crystal (Ludmillah Anjos) e mestre-sala e açougueiro Pedro (Dhonata Augusto) se encarregam de ajudar o parceiro. Completam o grupo a sincerona e mau humorada Ana Shaula (Luellem de Castro), que não mede as palavras para revelar verdades a quem precisar ouvi-las, e o simpático e artista Celso Tadeu, quem dá voz às melhores ofertas que a comunidade encontra no supermercado.
“A série é maravilhosa e tem elementos que vão agradar muito o público. A gente mostra um subúrbio do Rio, mas que poderia ser uma região de qualquer lugar no mundo em que as pessoas têm seus problemas, mas têm muita vontade de vencer e de resolvê-los, apresentamos uma comunidade que se gosta, se curte. A série traz o subúrbio e fala de amizade, de empatia, de cooperação, e um aspecto que, para mim, é muito especial é a ideia de retratar isso tudo com humor e leveza”, pontua Luís Miranda.
‘Encantado’s’ é criada por Renata Andrade e Thais Pontes, e escrita em parceria com Chico Mattoso e Antonio Prata, responsáveis pela redação final. A primeira temporada da série tem direção artística de Henrique Sauer e direção de Deo Cardoso e Naína de Paula. A produção é de Juliana Castro e a direção de gênero é de José Luiz Villamarim.