Alguns festivais não voltam. Mas deveriam. Porque tem coisa que não se repete. E isso aqui é sobre cinco eventos que, se você viveu, você sabe. E se não viveu, talvez tenha perdido algo realmente grande.
A pauta foi levantada pelo Caderno Pop, e é certeira: quais são os festivais que deixaram saudade de verdade? Aqueles que fizeram barulho, reuniram multidões, trouxeram line-ups absurdos, e que ainda ecoam nos papos de fãs que vivem dizendo “nossa, aquilo foi histórico”. A gente pegou o gancho e resolveu destrinchar esses eventos com a nossa cara. Porque a era dos festivais teve seus gigantes, e alguns simplesmente sumiram do mapa. Mas a memória coletiva ainda vibra quando se fala neles. E tem motivos de sobra.
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Era dos festivais: 5 eventos memoráveis que deveriam voltar
SWU
Se você estava lá em Itu em 2010, ou em Paulínia em 2011, você sabe. O SWU não era só um festival. Era uma ideia. Um manifesto. Um delírio verde num país onde a gente ainda tava começando a entender o que era sustentabilidade. E se tudo isso parecia papo de ONG, bastava olhar pro palco pra entender o tamanho da coisa: Linkin Park, Rage Against the Machine, Kings of Leon, Queens of the Stone Age, Faith No More, Avenged Sevenfold, Megadeth e The Black Eyed Peas dividiram o mesmo evento.
Entre as tendas de discussão sobre meio ambiente, o camping enlameado e as noites estreladas com som estrondando, o SWU virou lenda. Era música e propósito, guitarra e consciência ambiental. E tudo isso montado como se fosse fácil. O festival nunca mais voltou, mas o que fez nesses dois anos ainda deixa muito festival de hoje no chinelo.
Planeta Terra Festival
Antes dos festivais virarem megaproduções de transmissão ao vivo com 87 patrocínios, o Planeta Terra era aquele rolê certo pra quem queria ver a nata do indie, do alternativo e do descolado, sem precisar sair do Brasil. De 2007 a 2013, São Paulo foi invadida por nomes como Lana Del Rey, Blur, Lily Allen, Phoenix, Kaiser Chiefs, The Smashing Pumpkins, Mika, CSS, White Lies, Azealia Banks e tantos outros.
O que mais impressionava era a curadoria: o festival tinha identidade. Você sabia o que esperar e esperava o melhor. A edição de 2014 seria itinerante, mas a Copa do Mundo e as eleições jogaram o projeto no limbo. Desde então, sumiu. E faz falta. Muita falta.
Cultura Inglesa Festival (o antigo)
Antes de virar um espaço múltiplo de celebração das artes britânicas (e com todo respeito, ainda muito necessário), o Cultura Inglesa Festival era sinônimo de shows gratuitos com artistas que a gente jamais imaginaria ver sem pagar um centavo. Sim, gratuitos. Sim, de peso.
Franz Ferdinand, Charli XCX, Lily Allen, Jesus and Mary Chain. Sim, tudo isso rolando na faixa, ao ar livre, com produção impecável. O festival passou por uma reformulação, ainda acontece, e continua relevante, mas aquela fase em que ele era o ponto de encontro do britpop com o público brasileiro deixou um vazio que não foi mais preenchido.
Claro Q É Rock
Pense num festival que nasceu pra ser ativação de marca e acabou entregando uma das experiências mais loucas, barulhentas e icônicas da história recente do rock brasileiro. Foi isso que a Claro fez entre 2004 e 2005. E a gente agradece até hoje.
Placebo, Iggy Pop, Sonic Youth, The Flaming Lips, Fantômas, Good Charlotte, Nine Inch Nails. Esse era o line-up. Isso mesmo. E tudo isso em meio a lama, palco invadido, bolha sobre o público, Mike Patton surtando, e Iggy Pop fazendo o que só Iggy Pop faz. Foram só duas edições. Mas parecem dez. De tão memoráveis.
Maximus Festival
O Brasil sempre quis um festival pesado à altura dos grandes monstros europeus. E em 2016, parecia que esse desejo finalmente ia se concretizar. O Maximus Festival chegou com uma pegada que lembrava o Hellfest, o Wacken. E não veio brincando.
Slayer, Rob Zombie, Ghost, Prophets of Rage, Linkin Park. Só isso. Tudo isso. O Maximus trouxe organização de ponta, cashless, conforto, palco com força sonora e curadoria que equilibrava o internacional com bandas brasileiras. Mas durou pouco. A edição de 2017 foi a última. E até hoje ninguém entendeu por quê. Porque o público tava lá. A fome por som pesado também. E a execução foi quase perfeita.
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