Mais uma inovação do #estudeofunk chegando! O projeto, que é responsável pela aceleração artística e desenvolvimento de jovens talentos do funk carioca, prepara uma sequência de cinco novas cyphers inéditas, lançadas entre os dias 12 e 16 de junho, sempre no primeiro minuto do dia, diariamente. Além de chegarem a todas as plataformas musicais, as faixas ganham ainda videoclipes inéditos no canal do YouTube do #EOF.
Cypher é um formato de música coletiva que tem referência no hip hop, reunindo diversos MCs rimando sobre um tema comum em uma única canção. A modalidade tem ganhado bastante popularidade na cena do rap e trap brasileira, com séries como Poesia Acústica, Poetas no Topo e Favela Vive angariando milhões de plays nos aplicativos de música. “Mas o que o #estudeofunk está fazendo, com a série #EOFunk, é novidade, pois são cyphers especificamente de funk carioca, com uma identidade inédita!”, explica Ju Dorotea, rapper e compositora que assina a coordenação dos processos musicais do projeto.
Ela explica que a sequência de novas faixas é resultado de um desafio pedagógico proposto pelo programa aos artistas participantes do #EOF, que tiveram exatamente três semanas para compor, gravar e produzir as músicas e seus videoclipes. “Sou rapper, já participei de cinco cyphers no rap nacional com desafios intensos também, e essa bagagem foi importante para formatar o processo musical das cyphers do #estudeofunk”.
Ju divide ainda que ficou responsável pela escolha dos “times” de cada música e seu determinado tema. Ou seja, os artistas não se escolheram. “É uma experiência de aprendizado intenso, onde afloram as diferenças, amizades e o amadurecimento pessoal e artístico dos participantes”.
O que motivou a formação de cada equipe, a diretora artistica ainda afirma, foram os perfis de cada MC e beatmaker. Na cypher Madrugada, por exemplo, Ju expõe que a ideia era unir MCs que tivessem força para as rimas mais afiadas e diretas. Para isso, ela recrutou MC Martina, Aika, Jess, Oxy e TR, que explodem suas narrativas noturnas na cena funkeira carioca sob batida assinada pelos beatmakers Ardo e K&O Beats – que aqui propõem uma mistura do ritmo brasileiro com a dance music.
Para Fofoca, faixa que une Sabrina Azevedo, Letinzz, Papo de Crioulo, Lipinho Costa, Oly e Cesanne, a ideia era criar uma música divertida e teatral, com personagens engraçados. Ju Dorotea explica que, durante a convivência no #estudeofunk, a veia humorística dos MCs ficou evidente, daí a ideia uní-los em uma produção. Aqui, sob batida assinada por Prodrusso e DJ Kalu, os artistas versam sobre uma fofoca quentíssima da favela, mas que vai tomando novas proporções conforme o “telefone sem fio” vai se desenrolando. “Eu fiquei sabendo e eu só joguei um verde”, cantam.
Outro grupo montado foi devido à potência vocal de seus membros, unindo artistas que demonstram afinidade com a sonoridade do R&B. “Dessa união surgiu a Cypher Abracadabra”, Ju recorda, “uma música que explora harmonias vocais, trechos melódicos e metáforas”. O time é composto por Euller e Ellen Kellen no beat, com Lala Bitch, Luck, Kamy Mona, Ikinya, Kemilly Miranda no pique vocal.
Já em Incômodo, faixa que promove a reflexão sobre problemáticas sócio-culturais – como racismo, apropriação cultural, machismo e LGBTQIAP+fobia –, a ideia era exatamente trazer o funk consciente à superfície, por meio das vivências expostas pelos MCs Preto Jack, Larissa, Krika, Zalui, Emana e Thabata Aquino. Sob produção de Luan Medina e VICI, a letra convida o ouvinte para “Um brinde pra nóis que fazemos funk / E não vemos mais a mãe chorar”.
Última cypher da sequência, o funk 150bpm Resenha na Laje tem batida comandada pelo produtor Dee-X, que aqui traz para jogo suas referências no mandelão, no funk raiz e nas tendências dos bailes de favela pelo Brasil. Nos vocais, MC Gut, Negra Rê, MC Babalu, Natitude e Ivy cantam e rimam sobre um dia de churrasco, regado a muita música, dança e possíveis encontros românticos.
As novas cyphers são mais uma série de lançamentos fomentados e criados dentro do projeto #estudeofunk e realizados pela Fundição Progresso. Chega às plataformas de áudio e streaming pelo selo FundiSom, enquanto a produção fonográfica e a assessoria de curadoria e workshops ficam por conta da agência Atabaque.