O Teatro Commune, em São Paulo, abre suas portas para a estreia de “Fractal – Teatro Labirinto: Para Reconectar o Feminino”, uma produção original e inteiramente brasileira que promete envolver o público em uma celebração profunda do feminino. A peça, idealizada por Luiza Tabet, estará em cartaz de 17 de outubro a 21 de novembro, com apresentações às quartas e quintas-feiras, às 20h.
A produção destaca-se pela força transformadora do teatro e do feminino, elementos centrais que permeiam toda a narrativa. “Fractal” surge de um processo criativo colaborativo de dois anos, envolvendo mais de 40 mulheres. A obra aborda, de forma corajosa, temas complexos como misoginia, assédio, racismo, gordofobia, transfobia, capacitismo e sexualidade, revelando uma pesquisa pessoal de Tabet sobre a relação das mulheres com a sociedade patriarcal. “A peça é uma celebração dos femininos que vieram antes e dos nossos. Queremos promover essa celebração através da força do coletivo”, comenta a produtora e atriz.
Dirigida por Lenita Ponce, a montagem adota uma proposta ousada e dinâmica, utilizando um formato interativo no qual a plateia tem um papel ativo. O oráculo, consultado em cada sessão, define o rumo da narrativa, garantindo que cada apresentação seja única, com uma das nove cenas possíveis ganhando vida de maneira aleatória. A dramaturgia, assinada por Luciana Bollina, foi construída a partir de relatos reais, compondo uma experiência comunitária e imersiva.
Diversidade e representatividade no palco
A diversidade do elenco é um dos pontos altos da produção, trazendo mulheres de diferentes etnias, idades, habilidades e corpos. O elenco, composto por Ana Paula Valverde, Tabata Contri, Graça Cunha, Raquel Higa, Mariah Viamonte, Karol Kaysá, Rafa Pimenta, Beatriz Cavalcanti, Livia Graciano, Daniela Carinhanha, Lídia Gasque e a própria Luiza Tabet, cria um coletivo que transborda força e vulnerabilidade, possibilitando uma identificação genuína do público com as histórias em cena.
A ideia de tratar temas profundos por meio de uma dinâmica leve e envolvente foi essencial na construção do espetáculo. “O formato de jogo veio da necessidade de tratar esses temas de maneira acessível, sem perder a força da mensagem”, explica Lenita Ponce.
Trilha sonora e produção criativa
A trilha sonora, dirigida por Graça Cunha e Dani Morais, também é um dos destaques da produção, trazendo músicas de diferentes culturas que conectam a narrativa à ancestralidade feminina. “Apesar de não ser um musical, as canções foram escolhidas para complementar a temática e criar uma ambiência imersiva”, comenta Dani. A trilha sonora inclui desde cânticos indígenas ancestrais, como “Nhamandu Mirim”, até composições contemporâneas.
A equipe criativa, formada 100% por mulheres, reúne talentos que trazem à cena uma encenação rica em detalhes. A direção de movimento de Anna Rodrigues Carvalho e o figurino, desenvolvido por Fátima Catão, Luiza Tabet, Lenita Ponce e Louise Helène, colaboram para criar uma estética visual impactante. A cenografia, assinada por Luiza Tabet, Lenita Ponce e Adriana Franconeri, e a iluminação de Vânia Jaconis completam a ambientação sensorial, criando um espaço imersivo para o público.
Mais do que teatro
Além do espetáculo, “Fractal” vai além do palco ao promover o empreendedorismo feminino. No foyer do Teatro Commune, um espaço será dedicado a mulheres empreendedoras, oferecendo ao público a oportunidade de conhecer e adquirir produtos e serviços de diversas artesãs e empresárias. A iniciativa ocorre das 19h às 20h e, após a peça, das 21h30 às 22h30.
Serviço
Local: Teatro Commune, Rua da Consolação, 1218 – Higienópolis, São Paulo
Temporada: 17 de outubro a 21 de novembro – quartas e quintas, às 20h
Ingressos: R$50 (inteira) / R$25 (meia)
Disponível na bilheteria ou pelo Sympla
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