Hugo Rocha com a colaboração de Glorya Oldemburg (@gloryaoldemburg), Raisa Queiros (@raisaqueiros), Isadora Rocha e Patricia Pougy (@patypougy)

Em particular o ano de 2020 não foi muito surpreendente porque precisei adiar alguns sonhos e planos, em decorrência desse cenário atípico que estamos enfrentando… Entretanto, caso alguém me perguntasse qual foi um dos momentos mais marcantes, certamente eu diria que foi ter tido a oportunidade de entrevistar e conversar com James Bourne por alguns minutos no Skype.
É muito provável que você não saiba, mas o James foi integrante de uma das minhas bandas favoritas – Busted, como também é uma das minhas maiores referências musicais, e fez parte da trilha sonora da minha adolescência com Busted, McFly, McBusted e Son Of Dork.
Agora, na última sexta-feira (27) ele lançou seu primeiro álbum solo denominado “Safe Journey Home” e não há outra palavra para defini-lo senão, como uma boa obra prima de Bourne. Acredito que poucas pessoas nesse mundo são agraciadas com a sensibilidade divina para compor ótimas músicas como James. Qualquer adjetivo é pouco para definir sua sensibilidade e genialidade, quando o assunto é expressar sentimentos por intermédio de suas canções.
Morando em Los Angeles e em uma conversa bem humorada que durou quase 50 minutos, James fala sobre seu novo trabalho, Brasil, carreira, vida pessoal, projeções e seus planos para o futuro, acompanhe.
1- James sobre seu novo álbum “Safe Journey Home”, ele é composto por letras que são diferentes do que você é acostumado a apresentar ao público por seus trabalhos anteriores e ao mesmo tempo não perdeu a essência do selo James Bourne, o que você vê como diferente nessa nova jornada?
R: Você fez uma boa observação. Definitivamente é um álbum mais maduro, com uma narrativa mais avançada… Com histórias reais.
2- Quais foram as suas influências musicais para compor “Safe Journey Home”?
R: Isso é estranho… Eu acho que nesse álbum, eu estava escrevendo as músicas conforme as coisas aconteciam. Assim, a letra, as palavras, é como o que você pensa e a parte da música é como você se sente. Você sabe o que eu quero dizer? Então meio que minha inspiração, foi como minha vida ao meu redor. Como minha própria jornada. A jornada de volta para casa, onde estou agora. Porque em 2013, as reuniões [McBusted e Busted] começaram a acontecer, eu estava morando em Nova York e estava andando no East Village, e “The Streets Know me Well”, essa música começou na minha cabeça, porque essa é a minha história morando em Nova York.
3- Também gostaríamos de saber sobre seus planos, você pretende focar na carreira solo ou continuará escrevendo músicas para outras bandas e cantores?
R: Eu não quero mais escrever músicas para bandas. Sim, eu parei porque eu alcancei o nível profundo, alcancei um alto nível de música sozinho.
4- Você pretende escrever músicas em colaboração com alguma banda ou cantor, como por exemplo McFly, Jonas Brother ou outra banda?
R: Eu sinto que terminei isso agora. Eu sinto que tudo isso é história. Acho que todas essas coisas [colaborações] são muito boas, mas sinto que já terminei isso. Eu só quero fazer minhas próprias coisas, sabe?
5- No Twitter você falou que “Time Kill Us All” é a sua música favorita, gostaríamos de saber o por que.
R: Porque é verdade. Eu gosto do tom da música, gosto de como as notas da música vão crescendo… Pequeno começo e grande final. Gosto da música, gosto da letra… Para mim é uma música perfeita. Eu só estou interessado em escrever músicas se elas forem reais e é por isso que eu não quero mais escrever para ninguém. Porque, eu sinto que, você sabe, eu sou meu próprio veículo para fazer minhas músicas agora.
6- Semana passada você lançou um jogo virtual no Instagram e convidou seus fãs e seguidores para encontrarem alguns ítens e prometeu um show virtual exclusivo aos vencedores, de onde veio essa ideia e como foi a sua reação ao ver que diversas pessoas participaram e se empenharam em “Safe Journey Home”?
R: Sim, foi ótimo. Gravei o vídeo da performance na minha garagem e ficou legal lá porque não posso sair de casa, estamos em lockdown.
7- Há algum detalhe importante que você queira acrescentar sobre o processo de criação e produção do “Safe Journey Home”?
R: Sim, muitas das músicas que escrevi, tipo, você sabe, algumas das músicas vieram quando eu estava andando na rua, mas muitas músicas eu escrevi aqui na minha casa. E eu fui para Minneapolis (EUA), apenas para gravar um álbum em uma semana e foi uma experiência fácil e muito divertida. No final, quando eu estava voltando para Londres para ver minha família no Natal, eu estava nesse aeroporto e foi nesse momento que veio a capa do álbum. Eu estava no aeroporto JFK, e o terminal era retrô, vintage e eu estava lá, e estava tipo com a música em meus fones de ouvido, e era como se eu estivesse onde deveria estar e a capa do álbum veio. Então eu gentilmente tirei fotos e dei ao meu artista, e ele desenhou a capa do meu álbum a partir dessas fotos.
8- Você tem vontade de fazer shows no Brasil? Pois você nunca tocou aqui e Busted e McBusted fizeram grande sucesso por aqui e com uma fan base consolidada há alguns anos.
R: Eu irei se alguém me contratar para fazer isso. É tipo, ninguém nunca me agendou para tocar no Brasil. Eu preciso me promover para ir. Eu faço shows, mas não coloco os shows na agenda.
9- Muitos críticos musicais dizem que o mercado musical tornou-se algo comercial e a música perdeu a sua essência pois muitos artistas se preocupam com o número dos charts, você concorda com isso ou acha que houve uma mudança muito significativa entre as passagens de Busted, McBusted e agora?
R: Eu poderia falar sobre isso o dia todo. Acho que houve um novo impacto na qualidade da música que as pessoas estão escutando. Meu álbum, eu gravei em uma semana. Eu realmente gostaria de passar mais tempo, talvez duas semanas, quer dizer, eu gostaria de passar mais tempo fazendo coisas assim porque tudo tem um tempo apertado. Eu preciso ser capaz de fazer as coisas rapidamente. Então, é tipo, quanta qualidade você pode fazer em um curto espaço de tempo? Se eu tivesse mais tempo, poderia lançar um álbum de 14 faixas. É difícil justificar como as pessoas passam meses, anos, fazendo álbuns… Você não pode mais fazer isso. Mas quando o álbum for lançado, ele estará lá para sempre. Então, por que isso não merecia mais tempo? Eu realmente amo fazer música ou realmente gosto de fazer a melhor música que posso fazer, para ainda estar no jogo com as pessoas que amam mais. Porque não se trata mais de dinheiro. Acho que, se você quer ganhar dinheiro, tem tantas outras coisas a fazer agora, mas ser um compositor, músico, embarcar na jornada dessa carreira, não tem como fazer sentido se você não amar, certo?
10- Qual foi o momento mais marcante da sua carreira e por que?
R: Provavelmente escrevendo meu segundo álbum, porque eu tive que ir para o Caribe, mas foi durante a quarentena. Eu estava sozinho na ilha e tinha meu violão comigo, e comecei a olhar para a ilha e escrever canções. E você sabe, nunca vou esquecer isso, foi como uma experiência surreal, eu estava sozinho com o oceano e as estrelas à noite e eu tinha meu violão e escrevi um álbum. Fiquei 16 dias lá.
11- Para finalizar, você não acha que foi um pouco egoísta da parte do Busted ter ido até o ano 3000 e não ter contado para nós sobre o que aconteceria em 2020?
R: Minha única explicação é que Biff (personagem do filme “De Volta Para o Futuro”) roubou a máquina do tempo e criou outro 2020. No ano 3000 que nós fomos, não há nem história disso tudo.
James Bourne releases his first solo album and talks about his life, trajectory and musical perspectives
1- James about your new album “Safe Journey Home”, it is composed of lyrics that are different from what you are used to presenting to the public for your previous works and at the same time have not lost the essence of the James Bourne label. What differences do you see in this new journey?
R: Definitely a good observation. Definitely a more mature album, more advanced storytelling… More real life stories.
2- What were your musical influences to make “Safe Journey Home”?
R: This is weird, I think to this album I was writing songs as things happened. So like, the lyrics, the words, it’s like what you think and then the music part is like what you feel. You know what I mean? So kind of my inspiration, was like my life around me. Like my own journey.. The journey back home, where I’m now. In 2013, the reunions started happening, I was living in New York and to the “The Streets Know me Well”, I was walking in the East Village, and this song just started in my head, because this is my story of living in New York.
3- We would also like to know about your plans, do you intend to focus on your solo career or will you continue writing songs for other bands and singers?
R: I don’t wanna write songs for bands, anymore. Yeah, I finished it because I hit the deep level… I hit a high level of music on my own.
4- We would also like to know about your plans, do you intend to focus on your solo career or will you continue writing songs for other bands and singers?
R: I feel like I’m done that now. I feel like all that stuff is history. I think all those things are finally really good, but I just feel like I done this. I just want to do my own stuff, you know?
5- On Twitter, you said that “Time Kill Us” is your favourite song, we would like to know why.
R: Because it’s true. I like the tone of the song, I like how the notes of the song builds… Small beginning, big ending. I like the music, I like the lyrics… For me it’s like a perfect song. I’m only interested in writing songs if they are real and that’s why I dont wanna write for anyone else anymore. Because, I feel like I, you know, I’m my own vehicule to do my songs now.
6- Last week you released a virtual game on Instagram and invited your fans and followers to find some items and promised an exclusive virtual show to the winners. where did this idea come from and how was your reaction when you saw that several people participated?
R: Yeah, was great. I shot the video of the performance in my garage and it looked cool there because I can’t leave the house, we’re in the lockdown.
7- Are there any important details that you want to add about the process of creating and producing “Safe Journey Home”?
R: Yeah, so a lot of the songs I wrote like, you know, some of the songs come when I was walking on the street but a lot of songs I wrote right here in my house. And I went to Minneapolis, to just do a record in a week and its was an easy and really fun experience. And at the end, when I was on my way back to London, to see my family for Christmas, I was in this airport and that’s where the album cover came from. I was in the JFK Airport, and the terminal was retro, vintage and I was in there, I was like with the song in my headphones, and was like I stand where needs to be and the cover album comes. So I kindly took pictures and I gave them to my artist and he designed my album cover of those pictures
8- Do you have plans to come to Brazil? Because you never did a gig here, and Busted and McBusted were very successful in Brazil and with a consolidated fan base
R: I’ll come if someone books me to do it. It’s like, no one ever booked me to play there. I need a promotion to come and book me to play shows. I play shows but I dont put shows on.
9- Many music critics say that the music market has become more commercial and the music has lost your essence, as many artists are concerned with the number of charts. do you agree with that or do you think there was a very significant change between the passages of Busted, McBusted and now?
R: I could talk about that for like, all day. I think had a new impaction of quality of the music people are getting. Very difficult to justify. My album, I recorded in a week. I would really like to spend more time, maybe two weeks. I mean, I would like to spend more time doing things like that because everything is such a budget. I need to me hable to do things quickly. So it’s like, how much quality can you do in a short space of time? If I had longer time, I could release a 14 track album. It hard to justify, how people spend months, years, making albuns… You can’t do this anymore. But when the album comes out, hes will be there forever. So why this dont deserved more time and it like because its so troughtway now. I really love making music or I really like to do the best music I can make, to then still be in the game with the people who love it the most. Because it not about the money anymore. I think, if you wanna make money, there are so many other things to do now but to be a songwriter, musician, to embarc on the journey of this career, has no way to make sense if you don’t love right?
10- What was the most memorable moment of your career and why?
R: Probably writing my second album because I had to go to the Caribbean, but it was during the quarantine. I was just alone on the island and I had my guitar with me, and I started to look back at the island and write songs. And you know, I’ll never forget that, it was like a surreal experience, I was just on my own with the ocean, and the stars at night and I had my guitar and i wrote an album. I was there for 16 days.
11- Finally, don’t you think it was a little selfish of Busted to go until the year 3000 and not tell us about what would happen in 2020?
R: My only explanation is that: Biff stole the time machine and created another 2020. The year 3000 that we went to there is no history even of this all.