Pode respirar fundo: 2005 foi há 20 anos. Parece exagero, mas os calendários não mentem. Em um mundo sem TikTok, com iPod bombando no bolso e a primeira geração do Orkut dominando o Brasil, o cinema vivia uma fase curiosa. Hollywood apostava em franquias literárias, astros de ação se metiam em comédias românticas e blockbusters ainda estreavam primeiro nas salas, com direito a fila, cadeira marcada só em cinema chique e pipoca salgada de verdade.
A equipe do Caderno Pop mergulhou nessa cápsula do tempo e preparou uma curadoria caprichada com 10 filmes que completam duas décadas em 2025. Tem de tudo: animação que virou trilha sonora de festa infantil, adaptação literária que dividiu a crítica, romance improvável, ficção científica esquecida e super-herói saindo das sombras. Um recorte que ajuda a entender os gostos, os exageros e as apostas culturais daquele momento.
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“A Noiva-Cadáver” é puro Tim Burton em sua essência: animação em stop-motion, estética gótica delicada e uma história de amor com mortos dançantes e músicas compostas pelo fiel Danny Elfman. Lançado logo após “Peixe Grande”, o filme consolidava a fase mais poética do diretor, e embalou corações com delineador pesado e gosto por esquisitices.
“As Crônicas de Nárnia: O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa” abriu o armário para um universo mágico que encantou o público juvenil e lotou os cinemas em sessões duplas. A adaptação do clássico de C.S. Lewis trouxe efeitos visuais impressionantes para a época e marcou o início de mais uma franquia literária tentando repetir o sucesso de “Harry Potter”.
Em “Sr. & Sra. Smith”, Brad Pitt e Angelina Jolie trocaram tiros, beijos e olhares que deixaram Hollywood em polvorosa. O filme de ação com clima de comédia romântica virou um fenômeno cultural por motivos que iam além do roteiro. Era impossível dissociar a história de espionagem do burburinho que tomou conta dos tabloides.
“Madagascar” trouxe à vida um zoológico de personagens exagerados, com dublagens icônicas e humor acelerado. A animação conquistou uma geração e ainda está viva na memória coletiva graças à trilha sonora de gosto duvidoso, mas inegável eficácia.
“Memórias de uma Gueixa” chamou atenção pela grandiosidade visual e pela narrativa melodramática que seduziu premiações e dividiu a crítica. A escolha de atrizes chinesas em papéis japoneses levantou debates culturais importantes, mas a obra ganhou destaque por sua estética requintada e trilha sonora premiada.
“V de Vingança” virou símbolo. Literalmente. A máscara usada pelo protagonista, inspirada na figura histórica de Guy Fawkes, saiu das telas e foi parar em protestos ao redor do mundo. Baseado na HQ de Alan Moore, o filme misturava distopia política, ação estilizada e um discurso de resistência que pegou em cheio o espírito contestador dos anos 2000.
“O Segredo de Brokeback Mountain” marcou uma virada na representação LGBTQIA+ no cinema mainstream. A delicadeza com que Ang Lee conduziu a história de amor entre dois cowboys em conflito interno foi um soco emocional que desafiou estereótipos e emocionou plateias ao redor do mundo. A fotografia impecável e as atuações intensas de Heath Ledger e Jake Gyllenhaal sustentam o impacto até hoje.
“A Ilha” é talvez o mais subestimado da lista. Dirigido por Michael Bay, o filme mistura ficção científica distópica com cenas de ação grandiosas e questionamentos éticos sobre clonagem e identidade. Na época, passou meio batido, mas ganhou sobrevida nas plataformas digitais, onde muita gente descobriu (ou redescobriu) essa pérola barulhenta e visualmente ambiciosa.
“Batman Begins” foi o início de uma revolução silenciosa. Antes dos universos compartilhados, antes do Batman de Ben Affleck e das batalhas de CGI, Christopher Nolan trouxe um herói mais realista, psicológico e sombrio. Christian Bale estreava como Bruce Wayne e dava o tom de uma trilogia que redefiniria o gênero.
“Guerra dos Mundos”, dirigido por Steven Spielberg, colocou Tom Cruise correndo de alienígenas em um espetáculo visual apocalíptico. A adaptação moderna do clássico de H.G. Wells acertou na tensão, no uso de efeitos práticos e na sensação de pânico urbano. Ainda hoje, algumas das cenas seguem impressionantes, e o filme é uma aula de como manter o espectador na beira da cadeira.
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