No Dia Internacional da Mulher, 8 de março, a comediante Niny Magalhães lança no YouTube o especial “Mãe Vida Loka“. Combinando humor e reflexão, o projeto ressignifica a data ao abordar temas universais e pessoais sob a perspectiva de uma mulher negra periférica. Mais do que um show, é um espaço de pertencimento, onde a comédia se torna ferramenta para acolher e fortalecer.
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Niny iniciou sua trajetória nos palcos da periferia de Brasília, conquistando espaço na cena nacional com participações no “Comedy Central Stand Up” e no projeto “Risadas Pretas Importam”. Hoje, radicada em São Paulo, abriu shows de Thiago Ventura, integrou produções como “Humor Negro” no Multishow e se apresentou até para públicos internacionais. Em 2023, deu um passo histórico ao estrear seu primeiro show solo, “Mãe Vida Louca”, reforçando a importância da representação feminina e negra na comédia.
Ao olhar para a plateia e ver apenas mulheres rindo e se identificando com suas histórias, Niny descreve a sensação como “incrível”. “Eu sempre sonhei em criar um espaço onde as mães pudessem rir das próprias dores sem culpa. No stand-up, a maioria das plateias e dos comediantes ainda são homens, então ver um teatro cheio de mulheres, principalmente mães solo, vibrando, se reconhecendo e se sentindo representadas é algo muito forte“, afirma. Para ela, a comédia também é sobre pertencimento, e “no ‘Mãe Vida Loka’ elas sabem que aquele espaço é delas”.
A maternidade solo é um dos temas centrais do show, mas sem cair no drama. “Sempre foi meu jeito de lidar com as coisas. Eu venho de uma realidade onde ou a gente ri, ou desaba“, conta. Para ela, os desafios de ser mãe solo têm momentos difíceis, mas também são recheados de situações absurdas e engraçadas. “Eu quis trazer esse olhar. Não é sobre ignorar as dificuldades, mas sobre mostrar que a gente pode rir delas, pode ressignificar. E rir junto é um jeito de lembrar que não estamos sozinhas nessa caminhada“.
Ser uma mulher negra periférica na comédia significa enfrentar desafios constantes. “O maior desafio é sempre ter que provar que você merece estar ali. O meio do stand-up ainda é muito masculino, branco, de classe média, e a gente precisa dobrar o talento para ser reconhecida“, pontua. Apesar disso, Niny nunca aceitou ser limitada. “Já passei por situações em que tentaram me colocar num ‘nicho’ ou me limitar pelo que achavam que eu deveria falar. Mas eu sou múltipla, minha comédia é para todo mundo“. O que precisa mudar, segundo ela, é a ampliação de oportunidades reais para mulheres pretas e periféricas, “sem que a gente tenha que ser exceção para ser reconhecida“.
Para outras mães que sonham em ingressar na comédia ou em qualquer outra área artística, Niny é objetiva: “Se joga sem medo, mas se joga com estratégia“. Ela reconhece que a realidade financeira pode ser um desafio, mas acredita que é possível equilibrar sonho e planejamento. “A gente tem filho para criar, conta para pagar, então não dá para romantizar o corre. Mas dá para fazer acontecer. Vai construindo aos poucos, testando, buscando referências, e não espera validação de ninguém. Se tem algo dentro de você pedindo para ser feito, começa. O caminho pode ser difícil, mas quando a gente faz com verdade, ele sempre se abre“.
Com “Mãe Vida Loka”, Niny Magalhães não apenas diverte, mas cria um espaço de empoderamento e reflexão. Um show que nasce da realidade para transformar vidas, mostrando que, até nos momentos mais desafiadores, sempre há espaço para o riso.
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