Em 2024, um novo capítulo da história de “O Corvo” está para ser escrito, e com ele vem a inevitável comparação com o original de 1994, um filme que, mesmo três décadas depois, permanece uma referência no universo gótico do cinema. Dirigido por Alex Proyas e baseado na graphic novel de James O’Barr, o filme original é um thriller de vingança que captura a essência da dor, da perda e da redenção de uma maneira visualmente deslumbrante e emocionalmente impactante.
O original, dirigido por Alex Proyas, nos apresenta Eric Draven, um músico que, após ser brutalmente assassinado junto com sua noiva Shelly, volta do além para fazer justiça com as próprias mãos – tudo graças a um corvo místico que o guia nessa jornada. O papel foi magistralmente interpretado por Brandon Lee, cuja performance intensa e trágica (literalmente, já que Lee faleceu durante as filmagens) elevou o filme a um status quase mítico.
Quando “O Corvo” foi lançado nos cinemas, as reações iniciais foram mistas. No entanto, com o passar dos anos, o filme encontrou seu lugar como uma obra subversiva dentro do gênero de adaptações de quadrinhos. À medida que essas adaptações se tornaram cada vez mais convencionais e padronizadas, “O Corvo” se destacou como um thriller de vingança sombrio e encharcado de chuva, que não tem medo de abraçar a violência, os palavrões e o sangue, embalado por uma trilha sonora de rock gótico e industrial que até hoje é lembrada como um de seus maiores triunfos.
Brandon Lee trouxe uma presença marcante ao papel de Eric Draven, e sua atuação, tragicamente interrompida por sua morte durante as filmagens, deixou uma sensação de perda sobre o que mais ele poderia ter oferecido ao cinema. Ernie Hudson também se destaca, enquanto David Patrick Kelly é brilhante em seu papel como um dos vilões, trazendo uma combinação de malícia e humor que adiciona uma camada extra à narrativa.
Ainda que o filme tenha suas falhas, especialmente em termos de ritmo e consistência narrativa, “O Corvo” permanece um marco por sua ousadia e pela forma como capturou o espírito de sua época. A primeira metade do filme, com suas cenas de violência crua, apresentações de bandas ao vivo e um senso palpável de desespero, é inegavelmente mais impactante do que a segunda, que se torna mais previsível e sentimental.
Por fim, a trilha sonora merece um lugar especial na memória dos fãs. Com bandas como The Cure, Nine Inch Nails e Jesus & Mary Chain, “O Corvo” conseguiu algo raro para a época: trouxe o rock gótico e industrial para o centro de um grande filme, criando uma experiência sonora que complementa perfeitamente a estética sombria e melancólica da narrativa. Em uma época dominada por trilhas sonoras pop e R&B, essa escolha musical foi um movimento audacioso que ajudou a definir o tom único do filme.
Agora, em 2024, o corvo está de volta, com Bill Skarsgård no papel de Eric Draven. Se você se lembra dele como aquele palhaço assustador de “It“, já sabe que o ator tem talento para transformar qualquer personagem em algo memorável. Ao lado dele, FKA Twigs, Danny Huston e um elenco de peso prometem trazer uma nova dimensão a essa história que, se feita corretamente, pode reviver o legado do original sem perder o toque de modernidade.
A expectativa em torno do novo filme é grande, e com razão. “O Corvo”, de 1994, transcende a definição de filme, oferecendo uma experiência sensorial que combina dor, vingança e beleza de maneira única. Se o remake conseguir captar ao menos parte dessa essência, já será um feito notável. Contudo, independentemente de seu sucesso, o original continuará sendo lembrado como o clássico gótico que marcou uma era – e o corvo, mesmo na escuridão, nunca deixa de brilhar. A nova versão do filme chega aos cinemas do brasil em 22 de agosto, para verificar a disponibilidade de ingressos basta clicar aqui.
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