Em um mundo onde festivais surgem como miragens e desaparecem com o vento, Coachella permanece como um oásis de relevância cultural e inovação artística. Desde o modesto começo no Empire Polo Club, validado por um show do Pearl Jam em 1993, o festival californiano se transformou numa vitrine global de espetáculos que rompem as fronteiras entre música, arte e identidade coletiva. Entre desertos e delírios, destacam-se dez apresentações que marcaram época e ajudaram a escrever a história da música ao vivo.
Os impactos econômicos do show de Lady Gaga na praia de Copacabana

Madonna (2006)
Em plena era das guitarras sujas e batidas indie, Madonna surgiu como uma colisão de mundos. Trinta mil pessoas espremidas numa tenda feita para um terço disso viram o Coachella abrir espaço para o pop com todas as letras. Era suor, sintetizadores e dança em estado bruto, com a rainha do pop provando que ainda ditava regras. Enquanto isso, Seu Jorge fazia seu show em outro palco, garantindo um toque de Brasil à noite mais quente do deserto.
Beyoncé (2018)
Ali ninguém respirou normalmente. Beyoncé transformou o palco em coreografia política, desfile de orgulho negro, musical universitário e manifesto visual — tudo em um. “Beychella” virou apelido, hino e depois documentário (“Homecoming”) que eternizou a performance como uma das mais importantes da história dos festivais. Ela não só brilhou: sacudiu estruturas.
Lady Gaga (2025)
Quando o mundo achou que Gaga já tinha mostrado tudo, veio “Mayhem” para atropelar qualquer expectativa. A apresentação de 2025 parecia retirada de um sonho pós-apocalíptico com cinco atos, figurinos intergalácticos e narrativas entre o cômico e o caótico. Tudo isso amarrado por hits antigos e explosões de identidade nova. O Coachella virou laboratório de mutações sonoras e visuais — e ela, a cientista.
Lana Del Rey (2024)
A simbiose entre Lana e o Coachella nunca foi tão cinematográfica quanto em 2024. O pôr do sol parecia calculado para acompanhá-la. Teve entrada de moto, saída de moto, Billie Eilish de convidada surpresa e um repertório que transformou o palco num altar de corações despedaçados. Um culto melancólico, conduzido com charme etéreo.
Anitta (2022)
Em 2022, Anitta fez o impossível parecer natural: colocou o funk carioca no palco principal do maior festival dos EUA e deixou o mundo inteiro requebrando. A estrutura de favela cenográfica, os três idiomas e a performance solo de “Envolver” com um bailarino só — icônica. Aquilo foi farofa, foi história, foi um tapa colorido nas caras que duvidaram.
The Weeknd (2018)
O som do The Weeknd naquela noite parecia ter sido feito sob medida para o céu noturno do deserto. A voz embriagada, os sintetizadores espaciais e os visuais dignos de um filme noir moderno criaram um clima de festa solitária para milhares. O canadense deixou claro: drama, dor e pista de dança podem coexistir perfeitamente.
Blackpink (2019 e 2023)
Em 2019, o Blackpink chegou com tudo, e a plateia não sabia se assistia ou se tentava aprender as coreografias ali mesmo. Quatro anos depois, o grupo se tornou headliner e provou que o K-pop não é uma onda, é maré alta. Cada integrante brilhou em performances solo, mas era quando se uniam que o espetáculo virava avalanche. Da Ásia para o mundo, com parada triunfal no deserto.
Radiohead (2004 e 2012)
Em 2004, o Radiohead fez o Coachella perder a virgindade dos grandes momentos. A partir dali, o festival deixou de ser alternativo e virou templo. Com Thom Yorke em modo médium, o show foi mais que som: foi estado de espírito. Em 2012, voltaram para confirmar que ruídos, silêncio e angústia ainda eram suas armas preferidas. E que sabiam usá-las como ninguém.
Daft Punk (2006)
Imagine uma pirâmide de luz, um som que parecia vir do futuro e uma multidão perdendo o senso de espaço e tempo. Era 2006 e o Daft Punk redefinia o que significava um show eletrônico. Quarenta mil pessoas espremidas numa tenda, todas hipnotizadas. A partir daquele momento, DJs viraram headliners. E o Coachella nunca mais foi o mesmo.
Blur (2024)
O que começou como um retorno glorioso terminou em tensão britânica. Damon Albarn achou o público indiferente e não engoliu em silêncio. Chamou de “cabeça pequena” e anunciou ali, com a frustração visível no olhar, que seria a última vez nos Estados Unidos. O fim do show virou história. Melancolia? Check. Orgulho ferido? Também. Um final trágico, típico do britpop.
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